27 de janeiro de 2025

Trump 2025: quais as primeiras apostas do presidente dos EUA na primeira semana no cargo?


Republicano volta ao cargo radicalizado, intensificando políticas anti-imigração e extinguindo programas de combate às mudanças climáticas e de diversidade. Trump 2.0: quais as apostas de Trump para o novo mandato?
O novo presidente dos EUA, Donald Trump, voltou ao poder e já deu indícios de como deverão ser as políticas deste governo. O republicano iniciou o segundo mandato com uma série de medidas em áreas como relações externas, comércio, imigração e programas de diversidade de raça e gênero.
Durante quatro anos no exílio político após o primeiro mandato, Trump prometeu remodelar de forma radical a cultura e a política americanas se tivesse outra chance. A primeira semana demonstrou que ele tentará fazer exatamente isso enquanto corre para cumprir as promessas que o levaram de volta ao poder.
Veja algumas das maiores mudanças políticas do governo Trump 2.0.
Imigração
As políticas de governo de Trump
Helena Cunha e Gabriela Pelegrineti/Globonews
Nenhuma questão recebeu mais atenção nos primeiros dias de Trump e o novo governo do que a imigração. A questão está há muito tempo no centro do discurso político do presidente, e reforçou ao longo da campanha presidencial que faria mudanças significativas na área.
Trump emitiu mais de uma dúzia de ordens relacionadas à imigração, defendendo que os Estados Unidos estão sendo invadidos por imigrantes perigosos que cruzam a fronteira com o México. Muitas das mudanças mais agressivas incluem novos poderes para negar a entrada de requerentes de asilo no país.
Ele rapidamente eliminou as políticas que impediam os oficiais de Imigração e Alfândega de invadir igrejas, escolas e hospitais em busca de imigrantes e bloqueou a entrada de milhares de refugiados que já haviam sido liberados para seguir para os EUA.
Trump iniciou o processo de expulsão de um milhão de pessoas que o presidente Biden havia permitido a entrada de forma temporária, mas legal, e cumpriu sua promessa de tentar limitar a cidadania americana dada a estrangeiros por nascimento – ordem que foi logo revogada por um juiz federal, que considerou a ação de inconstitucional.
O presidente também instruiu as autoridades federais a investigar e potencialmente processar autoridades locais em cidades e estados que interferem nos esforços do governo para deportar pessoas que estão no país ilegalmente.
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Energia e clima
As políticas do governo Trump
Helena Cunha e Gabriela Pelegrineti/Globonews
O republicano também emitiu ordens executivas relacionadas à energia para poder expandir o uso de combustíveis fósseis, restringir a utilização energia renovável e abandonar os esforços do governo federal para lidar com as mudanças climáticas.
Num gesto que chamou a atenção do mundo, Trump retirou os EUA do Acordo Climático de Paris, tratado no qual países se comprometem a limitar a emissão de gases de efeito estufa e o aquecimento global.
O presidente declarou uma “emergência energética” e deu início a planos para abrir áreas de perfuração de petróleo maiores no Alasca.
Ele também ordenou o congelamento das licenças federais para parques eólicos em todo o país, além de determinar que as agências simplifiquem o licenciamento de gasodutos e mineração e revoguem as regras que incentivam o uso de carros elétricos.
No entanto, há um processo legal exigido para refazer os regulamentos federais que pode levar anos e ainda precisa passar pelos tribunais.
Políticas de diversidade e gênero
As políticas do governo Trump
Helena Cunha e Gabriela Pelegrineti
Um dos temas que chamou grande atenção na primeira semana de Trump no cargo foi a retirada de programas de diversidade de gênero e raça no país.
Com uma ordem executiva para “proteger as mulheres do extremismo da ideologia de gênero”, Trump ordenou que o governo reconhecesse efetivamente apenas dois sexos “imutáveis”: masculino e feminino.
O novo governo reverteu os esforços de Biden para a inclusão pessoas intersexuais ou transgêneros, por exemplo, para que elas se identifiquem desta forma nas instituições federais.
A ordem já provocou mudanças administrativas. O Departamento de Estado removeu a categoria “identidade de gênero não especificada ou outra” dos pedidos de passaporte. De forma mais ampla, a medida elimina qualquer menção à identidade de gênero não binária de documentos e memorandos oficiais.
Depois de declarar em seu discurso de posse que iria inaugurar uma sociedade “daltônica” e “baseada no mérito”, Trump ordenou que as agências federais eliminassem imediatamente os conceitos de diversidade, equidade e inclusão – ou DEI – das políticas, programas e práticas do governo federal.
Ele rescindiu ordens executivas emitidas por Biden que buscavam promover a equidade para mulheres e negros, hispânicos, asiáticos e nativos americanos, bem como pessoas com deficiência.
Em um esforço para eliminar qualquer iniciativa do DEI “disfarçada”, os funcionários federais foram instruídos a denunciar qualquer colega que tentasse contornar a ordem.
Aqueles que souberem de qualquer atividade e não a denunciarem dentro de 10 dias, enfrentarão “consequências adversas”, de acordo com e-mails enviados por todos os chefes de agências.
Comércio internacional e economia
As políticas do governo Trump
Helena Cunha e Gabriela Pelegrineti/Globonews
Tarifas em grande escala ainda não foram impostas, mas nações ao redor do mundo estão se preparando para as exigências que devem chegar em 1º de fevereiro, segundo Trump.
Ao assumir o governo, o republicano voltou a afirmar para repórteres que iria impor uma tarifa de 25% sobre produtos do Canadá e do México, além de uma tarifa adicional de 10% sobre produtos da China, acusando esses países de não fazerem o suficiente para impedir o fluxo de drogas e migrantes para os Estados Unidos.
Agora, os países aguardam para saber se essas tarifas realmente entram em vigor no mês que vem.
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Tecnologia e Inteligência Artificial
As políticas do governo Trump
Helena Cunha e Gabriela Pelegrineti/Globonews
Após meses de batalha, Trump decidiu intervir sobre o futuro do TikTok, aplicativo de vídeo imensamente popular. Autoridades em Washington temem que a plataforma possa representar uma ameaça à segurança nacional.
O Congresso aprovou uma lei no ano passado que obriga a ByteDance, proprietária do TikTok, a vender o aplicativo ou enfrentar a proibição de trabalhar com lojas de aplicativos, medida que foi confirmada pela Suprema Corte.
Esta é apenas uma das ações que mostram o alinhamento de Trump com o setor de big techs.
O presidente se aproximou de grandes nomes do mundo tecnológico, como Elon Musk (dono da SpaceX, da Tesla e do X), Mark Zuckerberg (CEO da Meta), Jeff Bezos (dono da Amazon), Sundar Pichai (CEO do Google), Tim Cook (CEO da Apple) e Sam Altman (CEO da OpenAI) – todos presentes com espaço privilegiado na posse do republicano, no dia 20 de janeiro.
Pouco antes da volta de Trump ao poder, a Meta, de Zuckerberg, revogou o programa de verificação de fatos em nome da “liberdade de expressão” e o substituiu pelo sistema de “notas de comunidade”, utilizado pela plataforma X, no qual são os próprios usuários que identificam e sinalizam informações incorretas.
Logo após tomar posse, Trump também rescindiu uma ordem executiva de 2023 que estabelecia proteções em torno da inteligência artificial. A medida exigia também que as empresas de IA apresentassem ao governo americano os resultados dos testes para avaliar os riscos da nova tecnologia à segurança nacional.
Depois, Trump emitiu uma ordem executiva orientando sua equipe a elaborar um plano para seguir uma política que “sustente e melhore o domínio global da IA nos EUA”.
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