29 de janeiro de 2025

Trump finaliza acordo com Bukele para despachar para El Salvador imigrantes deportados de outras nacionalidades


Presidente americano tem no líder autoritário salvadorenho um aliado para levar adiante seu projeto de deportação em massa O presidente salvadorenho Bukele elogiou pessoalmente Trump
Saul Loeb/AFP
Em sua cruzada agressiva para levar adiante o projeto de deportação em massa de imigrantes ilegais, o presidente Donald Trump coleciona desafetos pelo continente latino-americano, mas parece contar com um aliado essencial: o controverso e autoritário presidente Nayib Bukele, de El Salvador, para onde o presidente americano pretende despachar imigrantes de outras nacionalidades que tentam a vida nos EUA.
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Conforme antecipou a rede de TV CBS, o governo Trump finaliza um acordo com El Salvador nos moldes de “Terceiro País Seguro”, que permitiria à nação da América Central receber os deportados dos EUA — não necessariamente salvadorenhos. Isso inclui, por exemplo, os imigrantes venezuelanos, que Trump, e tampouco Nicolás Maduro, querem por perto.
Entre eles, estariam supostos membros da gangue venezuelana Tren de Aragua, designada pelo presidente americano como organização terrorista em seu primeiro dia de governo. Bukele conta com a admiração de Trump e do secretário de Estado, Marco Rubio, pela forma como combateu a criminalidade e reduziu a taxa de homicídios desde que assumiu o cargo, há cinco anos.
Em 2022, ele instaurou o estado de exceção no país, que tem a maior taxa de prisões do mundo — 2% da população está encarcerada. No segundo mandato, Bukele desfruta de popularidade e construiu a maior prisão do mundo, com capacidade para abrigar 40 mil detentos.
Prestes a iniciar uma visita a Honduras, Guatemala, Panamá e El Salvador, Rubio elogiou o presidente salvadorenho por “trazer a liberdade ao país”, mas seu governo é contestado por entidades de direitos humanos.
Os dois presidentes conversaram na semana passada e concordaram em trabalhar juntos, para impedir a imigração ilegal e reprimir a atuação de gangues transnacionais.
Trump tem com Bukele, de 43 anos, afinidades ideológicas, ao contrário do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, com quem travou um tenso embate durante o fim de semana, ameaçando-o de taxar o país com tarifas, caso não aceitasse dois voos militares com imigrantes colombianos.
Enquanto elogia o líder salvadorenho como modelo para a região, o presidente americano qualifica o homólogo colombiano de esquerdista e socialista — definições que equivalem a insultos em seu movimento político.
No primeiro mandato, Trump tentou levar adiante acordos de “Terceiro País Seguro” com Guatemala, El Salvador e Honduras, mas todos foram suspensos quando Joe Biden assumiu. Agora, ele acena com a imposição de tarifas para os países que não aceitarem os deportados.
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