29 de dezembro de 2024

Turistas dos EUA impedidos de sair do Brasil após nascimento de filho aguardam emissão de passaporte do bebê com ‘dedos cruzados’

Família está há pelo menos 3 meses em Florianópolis tentando obter todos os documentos necessários para conseguirem retornar para casa. Casal dos EUA teve filho prematuro durante viagem a Florianópolis
Arquivo pessoal
O casal dos Estados Unidos que ficou dois meses sem conseguir registrar o filho nascido prematuro em Florianópolis aguarda “de dedos cruzados” pela chegada do passaporte da criança para retornarem ao país de origem. Segundo o pai da criança, Christopher Phillips, a documentação está em processo. A família está há três meses tentando voltar para casa.
“O [passaporte] dos EUA chegará esta semana ou semana que vem, e em 10 de junho vou buscar o passaporte] brasileiro que já pedimos semana passada”, disse o norte-americano ao g1 nesta segunda-feira (3).
Greyson nasceu em 12 de março, durante as férias dos pais em Santa Catarina, com 28 semanas, e passou 53 dias internado em uma maternidade da capital. O registro da criança foi negado por um cartório da cidade por dois meses.
Em 17 de maio, o estabelecimento emitiu o documento necessários para a família viajar.
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Christopher está em contato com a embaixada dos Estados Unidos para conseguir retornar ao país. Um tio do casal norte-americano também enviou aos dois os documentos originais da família, como certidões de nascimento e casamento, para ajudar no processo.
O casal tem uma passagens de volta compradas para o fim do mês. Se conseguirem todos os documentos necessários para voltar com a criança aos Estados Unidos, a previsão é que retornem dia 23 de junho.
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O parto de Greyson estava previsto para início de junho. Segundo o pai da criança, não havia nenhuma previsão de que o filho pudesse nascer prematuro. “O médico nos Estados Unidos a liberou [esposa]. Queriam que ela viajasse. Disse ‘relaxe e aproveite, o último trimestre pode ser difícil, divirta-se agora’”.
Certidão negada
De férias, Christopher e Cheri Phillips andavam apenas com passaportes. Ele conta que a funcionária do cartório onde foram atendidos, no bairro Trindade, próximo à maternidade, disse que não poderia emitir a certidão de nascimento porque os dois não tinham documentos com nomes dos pais – os avós do bebê.
“Se não fosse pela imprensa brasileira, que assustou o cartório, a gente estaria esperando ainda até quem-sabe-quando. Eu e minha esposa não merecíamos esse tratamento tão ruim. Seja norte-americano, seja brasileiro, ninguém merece ser tratado assim. Ficar esperando nove semanas, cheio de estresse desnecessário”, lamentou.
A emissão do documento em 17 de maio foi confirmada pela Associação dos Registradores Pessoas Naturais de Santa Catarina (Arpen/SC). A funcionária que atendeu o casal foi desligada do cartório, informou a entidade.
Oficial substituta do Cartório Trindade, Sabrina Costa da Silva Brasil Gonçalves informou que a família foi atendida por uma auxiliar que “não tinha atribuição como escrevente do Registro Civil”.
“Esse problema no atendimento aconteceu sem a ciência da titular, da substituta ou da escrevente do setor. A auxiliar foi desligada da serventia, não mais atuando em qualquer atendimento. Esse não é o padrão do cartório. Nenhum cidadão brasileiro pode ficar sem registro”, disse ao g1 na noite de 16 de maio.
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