26 de outubro de 2024

Ucrânia diz que 12 mil soldados da Coreia do Norte já estão em sua fronteira com a Rússia

Em comunicado no Telegram, a Agência de Inteligência Militar ucraniana disse que o treinamento das tropas está ocorrendo em cinco bases militares. Em imagem de arquivo, soldados da Coreia do Norte marcham durante parada em Pyongyang.
Coreia do Norte via AP
A Inteligência militar da Ucrânia disse, nesta quinta-feira (24) que as primeiras unidades norte-coreanas foram enviadas para a região de Kursk, na fronteira do país com a Rússia, onde forças ucranianas fizeram uma incursão.
A declaração, feita no canal Telegram da agência, disse que cerca de 12 mil soldados da Coreia do Norte , incluindo 500 oficiais e três generais, já estão na Rússia, e o treinamento das tropas está ocorrendo em cinco bases militares.
“Moscou nomeou o vice-ministro da Defesa russo, Yunus-Bek Yevkurov, responsável pelo controle do treinamento e adaptação das tropas norte-coreanas”, disse o comunicado.
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Em discurso nesta quinta, após a cúpula do Brics, na Rússia, o presidente russo Vladimir Putin não negou as alegações de que a Coreia do Norte enviou tropas para a Rússia, mas disse que cabe a Moscou executar sua cláusula de defesa mútua com Pyongyang.
“Há o artigo 4. Nunca duvidamos nem um pouco que a liderança norte-coreana leva nossos acordos a sério. Mas o que fazemos dentro da estrutura deste artigo é problema nosso”, afirmou.
Questionado por um repórter sobre imagens de satélite mostrando movimentos de tropas norte-coreanas, Putin disse:
“Imagens são algo sério. Se há imagens, então elas refletem algo”.
Ele também acusou o Ocidente de intensificar a guerra na Ucrânia e a Otan de estar diretamente envolvida na guerra.
De acordo com o presidente, o Exército russo está avançando por todas as frentes de batalha no território ucraniano e encurralou um grande número de tropas na região de Kursk.
Nesta quarta (23), políticos da Coreia do Sul disseram que cerca de 3 mil soldados norte-coreanos haviam sido enviados – o dobro da estimativa anterior.
Também nesta quarta, a Otan e os Estados Unidos disseram que ter evidências da presença de soldados norte-coreanos na Rússia. O Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou que considera o caso uma escalada “muito séria”, com potencial para repercussões tanto na Europa quanto na Ásia.
“Há evidências de que há tropas da Coreia do Norte na Rússia. O que exatamente elas estão fazendo? Ainda precisamos descobrir. São coisas que precisamos esclarecer”, disse Austin a repórteres em Roma.
Em meio à polêmica, nesta quinta, parlamentares russos ratificaram um pacto com a Coreia do Norte que prevê assistência militar mútua.
EUA dizem ter provas de que Coreia do Norte enviou militares à Rússia
Coreia do Sul avalia fornecer armas à Ucrânia
Autoridades da Coreia do Sul disseram na terça-feira que estão considerando fornecer armas à Ucrânia, depois de acusar a Coreia do Norte de enviar tropas para lutar pela Rússia.
Uma autoridade graduada do gabinete do presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, disse que está preparando medidas diplomáticas, econômicas e militares em vários cenários de cooperação militar entre Pyongyang e Moscou, incluindo o fornecimento de armas letais à Ucrânia se a situação piorar.
“Consideraríamos o fornecimento de armas para fins defensivos como parte dos cenários passo a passo e, se parecer que eles estão indo longe demais, também podemos considerar o uso ofensivo”, disse o funcionário presidencial aos repórteres.
O comentário foi feito depois que o Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul realizou uma reunião de emergência para explorar suas respostas sobre os crescentes laços militares da Coreia do Norte com a Rússia.
O conselho disse que Pyongyang está agindo como uma “organização criminosa” ao enviar jovens para lutar como “mercenários da Rússia”, enquanto ignora o sustento de seu povo e os direitos humanos em casa.
“Nosso governo exigiu a retirada imediata das tropas norte-coreanas e, se o atual conluio militar entre a Coreia do Norte e a Rússia continuar, não ficaremos parados e responderemos com firmeza junto com a comunidade internacional”, afirma comunicado.
A autoridade graduada disse que uma equipe de funcionários de Inteligência e Defesa visitará a sede da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) “nos próximos dias”, depois que o secretário-geral da aliança, Mark Rutte, pediu ao presidente Yoon, durante um telefonema nesta segunda-feira (21), que enviasse uma delegação para aumentar o compartilhamento de informações.
Seul, um dos principais produtores de armas do mundo, tem sofrido pressão de alguns países ocidentais e de Kiev para fornecer armas letais à Ucrânia, mas até agora tem se concentrado em ajuda não letal, incluindo equipamentos de remoção de minas.
O gabinete de Yoon já havia dito que revisaria a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia depois que a Coreia do Norte e a Rússia assinaram um tratado de defesa mútua em junho.
Tanto a Rússia quanto a Coreia do Norte negaram a transferência de armas, mas se comprometeram a aumentar os laços militares.

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