4 de outubro de 2024

Uma mulher é agredida a cada 20 minutos na Grande SP, aponta levantamento

Análise com base nos dados da Secretaria da Segurança Pública, também mostra que, em média, uma mulher é ameaçada a cada 12 minutos na região metropolitana da capital. Números de lesão corporal no estao de SP
Reprodução/TV Globo
Um levantamento do SP1, com base nos dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), mostra que, em média, uma mulher é agredida a cada 20 minutos na Grande São Paulo.
Até agosto deste ano, quase 40 mil mulheres foram agredidas em todo o estado, um aumento de 5,7% comparado ao mesmo período do ano passado.
Além disso, em média, uma mulher é ameaçada a cada 12 minutos na região metropolitana da capital.
Os casos de ameaça subiram 10% em todo o estado: até agosto deste ano, foram mais de 71 mil denúncias desse tipo.
Denúncias
“Ele fica com a mão assim, no queixo. Falando ‘Você está ouvindo, escutando, está vendo o que estou falando?’ Assim… Falando besteira, que vai matar meu neto, que eu vou ver. Falando um bocado de besteira”, contou uma vítima que sofre agressões do próprio filho. Na manhã desta sexta-feira (4), ela foi até a 6ª Delegacia da Mulher, em Santo Amaro, na Zona Sul da capital, registrar a denúncia.
“Eu venho de um relacionamento de 15 anos, conheci ele na escola, só que, de 10 anos pra cá, ele tem problemas com álcool e drogas também. Resolvi separar depois de muito sofrimento. E agora eu resolvi tomar essa decisão porque eu estava cansada, vivendo com medo desse monte de ameaças e agressões”, contou outra mulher.
Ivana Daví, desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, diz que, além do número de denúncias, agressores também usam novos meios para ameaçar e agredir as mulheres.
“Um grande índice de denúncia vem através de ameaça efetiva por dispositivo eletrônico, seja por telefone celular, seja por mensagens ou e-mails. O agressor usa essas ferramentas numa forma de intimidar, de perseguir, numa forma de agredir, inclusive emocionalmente e psicologicamente. E essa situação hoje as mulheres também aprenderam, né? Isso pode gerar prova”, afirmou.
A delegada Julia dos Espírito Santo Leitão explica que o ciclo da violência contra a mulher começa, geralmente, com xingamentos. Por isso, a denúncia contra um agressor deve ser feita o quanto antes.
“No primeiro sintoma de sinal de violência doméstica, a mulher deve realizar essa denúncia”. A delegada destaca que esse tipo de crime não é só físico, mas também se expressa como violência patrimonial, psicológica e sexual. “Então, no primeiro sinal de violência, deve, sim, denunciar”, completou.
Quando analisados apenas os dados da Grande São Paulo, tanto os casos de ameaça quanto de lesão corporal caíram. A SSP disse que intensificou o policiamento preventivo e ostensivo em locais com mais crime e que desenvolve projetos para planejar políticas públicas de proteção, acolhimento e prevenção desse tipo de crime.

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