20 de outubro de 2024

Unicamp 2025: 1ª fase tem ‘força’ de pets, inspiração na família e opinião dividida pela prova de manhã

Veja um balanço de como foi o dia de vestibular da universidade, realizado pela primeira vez no horário matutino, e que teve abstenção de 7,1% e conteúdos como as enchentes do RS e a canção ‘Macetando’. Candidatos durante prova do vestibular Unicamp 2025 na PUC, em Campinas
Pedro Amatuzzi/g1
A primeira fase do vestibular 2025 foi aplicada neste domingo (20), pela primeira vez pela manhã, e teve candidatos acompanhado dos seus pets para dar “força” antes da prova, estudante relatando inspiração na família para realizar o sonho do ensino superior e opiniões divididas por conta da mudança de horário.
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O g1 preparou, abaixo, um balanço sobre como foi o dia de vestibular nos locais de prova de Campinas (SP) e Piracicaba (SP). O exame teve abstenção de 7,1%, a segunda menor dos últimos dez anos, e conteúdos como as enchentes no Rio Grande do Sul, o uso de gírias pela geração Z e a música “Macetando”, de Ivete Sangalo, hit do carnaval 2024.
Nesta reportagem você vai ver:
‘Apoio dos pets’
Inspiração na família
Coronel da PM tenta medicina
Tia dedicada
Opiniões divididas
Macetando, enchentes do RS…
Abstenção de 7,1%
Unicamp 2025 – Campinas – Unip
Fernando Almeida/g1
‘Apoio dos pets’
A jovem Heloisa Rampin, de 18 anos, prestou a primeira fase do vestibular da Unicamp para medicina, neste domingo, no campus da Fundação Municipal de Ensino (Fumep) em Piracicaba. A candidata chegou ao local do exame acompanhada pela mãe, Andrea, pelo pai, Clodoaldo Almeida, e pela cachorrinha da raça shihtzu.
“A Cindy me acalma. Faz oito anos que convivemos com ela. É um pontinho de paz na vida de todo mundo da família”, declarou.
Já Eloisa Prieto e a mãe Renata Furriel levaram o cãozinho Flecha para descontrair antes da prova na Unip Swift, maior local de provas de Campinas.
Inspiração na família
Candidatos revelam inspiração na família para realizar sonho do ensino superior
Candidatos que prestaram a primeira fase do vestibular revelaram ao g1 inspiração na família – além de pressão – para realizar o sonho do ensino superior. Assista no vídeo acima.
A estudante Ana Coutinho, de 18 anos, contou que se motivou por ser a primeira da família a tentar cursar universidade, mas afirma que, pelo ineditismo, também sente um pouco da pressão.
“A Unicamp é uma universidade grandiosa e meus pais são minha inspiração. O sonho da minha mãe era ter feito uma faculdade, meu pai também, mas na época eles não tinham muita condição. Mas existe a pressão. Por ser a primeira, eu fico nervosa”, disse.
Marco Antônio de Oliveira Lopes tem 25 anos e prestou Unicamp pela segunda vez. Desta vez, o candidato tenta uma vaga em educação física. O objetivo dele é, além de adquirir conhecimento, melhorar a vida da família.
“Minha maior referência é minha irmã. Ela foi a segunda mulher da minha família a ter faculdade. É uma das únicas a ter faculdade até hoje. Eu acho que a gente olha ao nosso redor, vê o que a gente pode melhorar e trás para os nossos. Tem bastante pressão porque é uma prova difícil, tem ampla concorrência, e a minha idade também complica. Se eu não passar esse ano, talvez seja o último”, pontuou.
Coronel da PM tenta medicina
Coronel da Polícia Militar, Renata Dias de Souza, de 54 anos, teve uma missão diferente: ela prestou o vestibular da Unicamp de olho em uma vaga em medicina. A escolha tem ligação com a família, já atuante na área da saúde, uma vez que o marido é enfermeiro.
Para a candidata, formada em ciências policiais em 1992 e que já havia participado do processo seletivo da Universidade Estadual de Campinas em 1987, a prova atual foi digna de elogios, apesar de difícil.
Coronel da PM, Renata Dias de Souza, de 54 anos, tenta vaga em medicina na Unicamp
Fernando Almeida/g1
“Uma prova interessante, aplicando a teoria aos problemas atuais, seja envolvendo políticas, guerra, questões climáticas, de gênero. Isso é muito interessante, e é difícil mesmo”, contou.
Tia dedicada
Tia busca candidata em Niterói para prova da Unicamp em Campinas
Eloísa Castro buscou a sobrinha em Niterói (RJ) para fazer prova da Unicamp e vai levar a menina de volta ao Rio de Janeiro. “Eu que sou tia, estou com o coração na mão por ela”, disse. Veja no vídeo acima.
Opiniões divididas
A universidade foi a primeira entre as grandes a optar pela mudança de horário e justificou com os “extremos climáticos”, que costumam acontecer com maior probabilidade na parte da tarde.
A alteração dividiu opiniões entre os candidatos. Vitória Aparecida Batista, de 19 anos, prestou vestibular para pedagogia na PUC-Campinas. Em sua primeira prova, ela afirmou que a mudança de horário foi positiva porque ela já trabalha, então terá a parte da tarde para descansar. “Eu sou CLT. Então na parte da tarde eu consigo descansar”, disse.
Sophia Mary Carraro e Carolina de Almeida Serra foram juntas fazer a prova e não gostaram da troca para a manhã.. “Aumenta a ansiedade, tem que sair cedo, o transporte por aplicativo é caro. Então a gente fica mais ansioso”, disse Sophia.
Macetando, enchentes do RS…
A primeira fase abordou as enchentes no Rio Grande do Sul, o uso de gírias pela geração Z até a música “Macetando”, hit do carnaval 2024. Onda de calor e guerras atuais, como os conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel Palestina também foram tratados na prova.
A prova também abordou temas como:
Sustentabilidade na biodigestão de vinhaça do etanol;
Cálculo sobre oxigênio e gás carbônico num submarino nuclear;
Covid-19 e o acúmulo de muco nas vias aéreas;
Dengue, zika e chikungunya;
Grafite e feminismo;
Usos de celulares “apenas para falar” (duplo sentido do telefone portátil);
Texto sobre o mito da caverna de Platão;
Cidadania e direito das mulheres;
Memória da ditadura e direitos humanos na Argentina
Análise da obra “3 de maio de 1808”, de Francisco Goya
Nota do Brasil no PISA na prova de matemática;
Eugenia no início do século XX
Abstenção de 7,1%
“Satisfeitíssimos”. Foi desta maneira que a Unicamp avaliou a primeira vez que a primeira fase do vestibular foi realizado no período da manhã. Apesar de um ligeiro aumento em relação ao anterior, a abstenção de 7,1% é a segunda menor desde 2015. O que reforça a manutenção do modelo para os próximos anos.
“Tivemos uma resposta extraordinária, ficando apenas em 7,1%, o segundo menor índice em dez anos. É praticamente empatado com o que houve no ano passado. Estamos satisfeitíssimos. A resposta dos candidatos foi favorável”, disse o diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto.
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