12 de outubro de 2024

Unicamp 2025: saiba como usar o ChatGPT nos estudos para o vestibular

Ferramenta de inteligência artificial pode ajudar em revisões e resumo, mas deve ser usada com cuidado. Professor dá dicas de como usar a tecnologia sem cair em ‘achismos’. Tanto o GPT-4 quanto o ChatGPT são um tipo de inteligência artificial generativa
Getty Images via BBC
Como um “oráculo 4.0”, por meio de uma pergunta, o ChatGPT oferece uma resposta. A ferramenta de inteligência artificial pode dar uma “mãozinha” para vestibulandos, mas professores alertam para a necessidade de um uso cuidadoso e consciente, evitando cair no senso comum e em “achismos” de informações sem referências teóricas.
“Dentro do repertório que o ChatGPT tem, ele não tem um filtro crítico para detectar o que é verdade ou não. Então, ele é uma ferramenta legal para revisar, para resumir, especialmente os conteúdos de disciplinas mais consolidadas como biologia, matemática, física, e para bons alunos, que já têm um repertório próprio mais elaborado”, destaca o professor de geografia e atualidades da Oficina do Estudante, Luis Felipe Valle.
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Já aprender coisas com o ChatGPT pode ser um pouco complicado, segundo Valle. “Ele acaba reproduzindo bastante o senso comum e nunca vai ter um pensamento criativo, que rompa com o que já está posto. Além do risco dele reproduzir algum tipo de preconceito”.
Nas disciplinas de humanidades, que envolvem questões mais subjetivas, filosóficas e contemporâneas, o uso da ferramenta não é indicado. Para o professor, o perigo está no fato do ChatGPT, muitas vezes, inventar uma resposta, fazendo apenas uma varredura das palavras mais relacionadas à pergunta.
“Quando se trata de uma questão mais subjetiva ou atualizada, ele não possui a informação e acaba inventando um dado. Ele cria a partir da probabilidade daquela palavra ser citada e se a probabilidade é alta, ele vai falar aquilo, criando um senso comum e até mesmo oferecendo informações enganosas, equivocadas”, diz.
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Para fazer um bom uso da ferramenta nos estudos para o Vestibular 2025, a dica é saber fazer a pergunta. Perguntas genéricas vão trazer resultados genéricos e superficiais. Por isso, Valle recomenda que o aluno solicite uma resposta segundo alguma referência teórica.
“A maneira como você constrói as perguntas para o ChatGPT também influencia muito sua forma de estudar. Então, por exemplo, se você disser ‘fale sobre relevo’, a ferramenta vai te trazer uma resposta muito básica, superficial. Agora, se você fala ‘descreva a estrutura geológica da Chapada Diamantina’, a chance do ChatGPT te dar uma resposta mais precisa é bem maior”.
Outra dica do professor é fazer a pergunta ao ChatGPT com alguma referência científica, para direcionar melhor a busca e reduzir as chances de resultados aleatórios, sem rastro científico.
👉 Por exemplo:
me fale sobre o evolucionismo de acordo com Darwin e Lamarck;
me fale sobre a geografia crítica, considerando as ideias de Milton Santos;
me explique as principais características da população brasileira, de acordo com os dados do IBGE.
“A tecnologia não substitui de maneira nenhuma as aulas, as trocas com pessoas, as leituras de conteúdos produzidos por seres humanos. Nenhuma inteligência artificial dá conta das artes, da subjetividade, das nuances da natureza humana. E os vestibulares não são mais de memorização, eles têm pedido muito o pensamento crítico para responder as perguntas e isso o ChatGPT não oferece”.
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