10 de janeiro de 2025

Unicamp faz cirurgia rara para soltar e realinhar ossos de paciente com deformidade na coluna; entenda


Por meio da cirurgia, paciente de 43 anos teve melhora nos movimentos das mãos. Coluna cervical do paciente antes da cirurgia (à esquerda) e após a cirurgia (à direita), com reposicionamento do crânio e alinhamento da coluna
Hospital de Clínicas da Unicamp/Divulgação
Neurocirurgiões do Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), realizaram um procedimento considerado raro para corrigir uma deformidade grave na coluna cervical de um paciente de 43 anos. Por meio da cirurgia, ele teve melhora nos movimentos das mãos.
Segundo Andrei Fernandes Joaquim, neurocirurgião que comandou a equipe durante a cirurgia, o paciente convivia com um diagnóstico de cifose cervical grave com compressão da medula. Por conta disso, sentia perda de força em todos os membros, principalmente na mão esquerda.
🔎 Cifose cervical é uma curvatura considerada anormal da coluna na área do pescoço. No caso desse paciente, foi causada por uma doença genética chamada neurofibromatose aliada a uma má-formação nas vértebras.
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Por que a cirurgia é considerada rara? Ainda de acordo com o médico, o procedimento não faz parte dos casos de rotina de cirurgiões de coluna. “Fiz cinco casos semelhantes, apenas, mas todos de menor gravidade”, afirmou Joaquim.
“Esse procedimento, acho que a importância dele é dizer que as universidades e o SUS ainda conseguem fazer cirurgias de alta complexidade, e isso é muito importante para a população”, complementou.
Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP)
Reprodução/EPTV
Como foi feita? Com oito horas de duração, a cirurgia foi realizada em setembro de 2024. Os ossos da coluna foram soltos e, em seguida, tracionados novamente, esticando a coluna e colocando em uma posição que não comprime a medula.
Depois disso, segundo os médicos, a coluna cervical foi fixada com placas e parafusos até a coluna torácica, no meio das costas. Durante todo o procedimento, houve monitoramento em tempo real para saber se a medula estava sendo machucada por alguma das manobras.
Segundo Joaquim, atualmente, quatro meses após passar pela cirurgia, o paciente está bem, tem sintomas estáveis e continua em acompanhamento clínico no ambulatório.
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