19 de setembro de 2024

Universidade de Columbia, nos EUA, começa a suspender alunos que protestam contra a guerra em Gaza

Os atos pró-Palestina já aconteceram em mais de 80 universidades. Até agora, cerca de mil pessoas foram presas em todo o país. Universidade de Columbia suspende alunos de acampamento pró-Palestina
Nos Estados Unidos, a Universidade de Columbia começou a suspender os alunos que protestam contra a guerra em Gaza há quase duas semanas.
Manifestantes pró-Palestina estão acampados há 13 dias e, na manhã desta segunda-feira (29), receberam um ultimato da universidade: a instituição deu ordens para que eles desocupassem o local sob pena de suspensão.
Em resposta, a liderança do grupo de manifestantes convocou ainda mais gente. A equipe do Jornal Nacional estava na universidade em um momento de tensão desta segunda de protestos.
Às 14h, prazo final para que os manifestantes deixassem o campus, a grande maioria decidiu ficar. Além da suspensão, a reitora disse que quem não sair não vai poder terminar o ano letivo.
No local onde os manifestantes estão acampados, não há nenhuma movimentação de retirada. Ao lado, um grupo de funcionários da Columbia resolveu manifestar apoio aos estudantes.
A maioria dos manifestantes não quis falar com a equipe do Jornal Nacional por medo da suspensão. Uma aluna explicou que é por isso que muitos estão cobrindo o rosto com máscara.
Um aluno é judeu e ficou do lado dos manifestantes pró-Palestina. Ele disse que iria continuar no local para protestar contra qualquer tipo de violência – do grupo terrorista Hamas ou do Exército de Israel.
Alunos começaram a ser suspensos na Universidade de Columbia, mas seguem em acampamento
JN

Do lado oposto, o grupo de estudantes pró-Israel também ficou. Eles vêm denunciando casos de discriminação contra a comunidade judaica durante os protestos. Um aluno afirmou que o campus também pertence aos judeus e ele não vai ser intimidado.
Mais cedo, a reitora da universidade informou que não chegou a um acordo com os estudantes pró-Palestina. Ela disse que a instituição não vai cortar os investimentos que faz em empresas de Israel, uma demanda dos manifestantes, mas prometeu transparência sobre esses investimentos e também recursos para a Faixa de Gaza. A reitora reforçou que o antissemitismo é inaceitável em Columbia.
Na noite desta segunda, a universidade começou a suspender os alunos que permaneceram no acampamento.
Os atos pró-Palestina já aconteceram em mais de 80 universidades. Até agora, cerca de mil pessoas foram presas em todo o país.
Na Universidade do Texas, a polícia desmontou outro acampamento nesta segunda e prendeu dezenas de manifestantes no campus. Alguns saíram carregados.
Na França, protestos parecidos vêm acontecendo. Nesta segunda, a polícia de Paris dispersou alunos que montaram tendas dentro da Sorbonne, uma das universidades mais tradicionais do país.
Na Faixa de Gaza, moradores usaram tinta e as próprias barracas onde vivem para agradecer aos universitários.
JN
Na Faixa de Gaza, moradores usaram tinta e as próprias barracas onde vivem para agradecer aos universitários.
“Obrigado pela solidariedade. A mensagem chegou até aqui”, escreveram os palestinos.
LEIA TAMBÉM:
Como os protestos nas universidades americanas representam um risco para reeleição de Biden
‘Temos medo de sermos deportados por protestar na universidade contra guerra em Gaza’, dizem estudantes nos EUA

Mais Notícias