25 de dezembro de 2024

Universidade de Columbia, nos EUA, começa a suspender alunos que protestam contra a guerra em Gaza

Os atos pró-Palestina já aconteceram em mais de 80 universidades. Até agora, cerca de mil pessoas foram presas em todo o país. Universidade de Columbia suspende alunos de acampamento pró-Palestina
Nos Estados Unidos, a Universidade de Columbia começou a suspender os alunos que protestam contra a guerra em Gaza há quase duas semanas.
Manifestantes pró-Palestina estão acampados há 13 dias e, na manhã desta segunda-feira (29), receberam um ultimato da universidade: a instituição deu ordens para que eles desocupassem o local sob pena de suspensão.
Em resposta, a liderança do grupo de manifestantes convocou ainda mais gente. A equipe do Jornal Nacional estava na universidade em um momento de tensão desta segunda de protestos.
Às 14h, prazo final para que os manifestantes deixassem o campus, a grande maioria decidiu ficar. Além da suspensão, a reitora disse que quem não sair não vai poder terminar o ano letivo.
No local onde os manifestantes estão acampados, não há nenhuma movimentação de retirada. Ao lado, um grupo de funcionários da Columbia resolveu manifestar apoio aos estudantes.
A maioria dos manifestantes não quis falar com a equipe do Jornal Nacional por medo da suspensão. Uma aluna explicou que é por isso que muitos estão cobrindo o rosto com máscara.
Um aluno é judeu e ficou do lado dos manifestantes pró-Palestina. Ele disse que iria continuar no local para protestar contra qualquer tipo de violência – do grupo terrorista Hamas ou do Exército de Israel.
Alunos começaram a ser suspensos na Universidade de Columbia, mas seguem em acampamento
JN

Do lado oposto, o grupo de estudantes pró-Israel também ficou. Eles vêm denunciando casos de discriminação contra a comunidade judaica durante os protestos. Um aluno afirmou que o campus também pertence aos judeus e ele não vai ser intimidado.
Mais cedo, a reitora da universidade informou que não chegou a um acordo com os estudantes pró-Palestina. Ela disse que a instituição não vai cortar os investimentos que faz em empresas de Israel, uma demanda dos manifestantes, mas prometeu transparência sobre esses investimentos e também recursos para a Faixa de Gaza. A reitora reforçou que o antissemitismo é inaceitável em Columbia.
Na noite desta segunda, a universidade começou a suspender os alunos que permaneceram no acampamento.
Os atos pró-Palestina já aconteceram em mais de 80 universidades. Até agora, cerca de mil pessoas foram presas em todo o país.
Na Universidade do Texas, a polícia desmontou outro acampamento nesta segunda e prendeu dezenas de manifestantes no campus. Alguns saíram carregados.
Na França, protestos parecidos vêm acontecendo. Nesta segunda, a polícia de Paris dispersou alunos que montaram tendas dentro da Sorbonne, uma das universidades mais tradicionais do país.
Na Faixa de Gaza, moradores usaram tinta e as próprias barracas onde vivem para agradecer aos universitários.
JN
Na Faixa de Gaza, moradores usaram tinta e as próprias barracas onde vivem para agradecer aos universitários.
“Obrigado pela solidariedade. A mensagem chegou até aqui”, escreveram os palestinos.
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