Ao todo, 15 estudantes da universidade receberão diplomas honoríficos em cerimônia nesta segunda-feira (26). Jornalista estudou História na Universidade de São Paulo (USP)
Governo de SP/Divulgação e Francisco Emolo/Jornal da USP
A Universidade de São Paulo (USP) prestou uma homenagem, nesta segunda-feira (26), para o jornalista santista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, que foi torturado e morto em 1971 durante a ditadura militar brasileira. Além dele, outros 14 estudantes vítimas do regime foram lembrados.
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A cerimônia aconteceu à tarde e foi transmitida virtualmente no canal do YouTube da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
Aos alunos mortos foram concedidos diplomas honoríficos de graduação no Auditório Nicolau Sevcenko, no Edifício Eurípedes Simões de Paula, dos Departamentos de Geografia e História da FFLCH, no bairro do Butantã, em São Paulo.
A iniciativa faz parte do projeto “Diplomação da Resistência”, que busca homenagear ao todo 31 alunos da USP. Ele é fruto de uma parceria entre a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), Pró-Reitoria de Graduação (PRG), gabinete da vereadora e ex-aluna da USP Luna Zarattini e o coletivo de estudantes Vermelhecer.
Alguns dos objetivos são resgatar a trajetória dos estudantes, contribuir para a reparação de injustiças e a manutenção da memória coletiva.
Estudantes mortos durante a ditadura militar brasileira
Acervo/FFLCH USP
Sobre Luiz Eduardo
Luiz Eduardo nasceu em 18 de outubro de 1948, em Santos. De acordo com o memorial da resistência de São Paulo, do governo estadual, ele sempre esteve engajado em atividades políticas e se mudou para a capital com 17 anos. Um ano depois, passou a integrar veículos jornalísticos.
Segundo a USP, o jovem se tornou estudante de História na universidade em 1969, mas abandonou o curso no ano seguinte e, em dezembro de 1970, viajou à França para participar do 2º Congresso da Liga Comunista.
Após retornar ao Brasil, em 15 de julho de 1971, foi preso em Santos e levado ao DOI-CODI/SP, onde foi torturado por 24 horas até morrer. Inicialmente, as autoridades alegaram que ele havia tirado a própria vida e, posteriormente, que morreu por “auto-atropelamento”.
Ainda segundo a USP, o laudo de necropsia tentou reafirmar a versão oficial sobre a morte de Luiz, mas a família dele ingressou com uma ação judicial contra o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de ser o responsável. Ustra faleceu em 2015, antes de ser punido oficialmente.
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