Foram chamados os nomes que tiveram ao menos 5% na pesquisa Quaest de 30 de julho. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio: Tabata Amaral (PSB); José Luiz Datena (PSDB); Guilherme Boulos (PSOL); Pablo Marçal (PRTB); e Ricardo Nunes. De 5 a 12 de agosto, em série promovida pelo g1, Natuza Nery entrevistou os candidatos à Prefeitura de São Paulo que tiveram ao menos 5% na pesquisa Quaest de 30 julho. A ordem das entrevistas, definida por sorteio, foi:
Tabata Amaral (PSB);
José Luiz Datena (PSDB);
Guilherme Boulos (PSOL);
Pablo Marçal (PRTB);
Ricardo Nunes (MDB).
A seguir, veja as principais frases ditas pelos candidatos.
Tabata Amaral (PSB)
“Infelizmente, a política brasileira hoje não é pautada por pautas. A gente não sabe a ideologia da maioria esmagadora dos partidos.”
“Aprendi em Brasília que traições são comuns. Que as pessoas dão a palavra e a palavra é jogada ao vento. O que a gente tem que fazer é ter um projeto que não é baseado em cargo, em poder por poder, mas para resolver as questões que as pessoas estão trazendo.”
“O Boulos só fala do Lula; o Nunes fala do Bolsonaro um pouco envergonhado, mas fala; Datena é sobre Datena; Marçal é sobre Marçal.”
“Qual é o meu desafio? E a gente vê isso. É desconhecimento. Hoje, eu tenho uma intenção de votos maior na classe E do que na classe A. O que eu tenho de rejeição está na classe A, porque a classe A é mais polarizada.”
“Não dá para viver onde eu vivo, vir de onde eu venho e ignorar que existe compra de voto em São Paulo.”
“A gente tem que botar o dinheiro não onde a ideologia manda, mas onde funciona. E o que funciona é escola em tempo integral.”
“Eu tenho uma posição contrária à legalização do aborto. As pessoas sabem disso. E defendo a lei do jeito que ela está. E aqui em São Paulo o que a gente vai fazer é cumprir a lei, é garantir que toda menina que sofre um abuso tenha seu direito garantido.”
“É um prefeito bem pequeno, bem medíocre [Ricardo Nunes]. Que não conseguiu escolher quem seria seu vice, que não consegue falar num palanque quando tem outras pessoas do lado.”
“Vocês não me verão chegando nesse debate falando ‘é bom porque é privado, é bom porque é público’. Depende. A gente tem ótimos exemplos de quando você traz o privado a coisa fica melhor, e tem bons exemplos também de quando você traz o privado e a coisa fica ruim.”
“Eu estarei no segundo turno e me recuso a conversar com qualquer adversário sobre qualquer apoio que não seja deles para mim.”
José Luiz Datena (PSDB)
“Sujeito que se mete com crime organizado deixa de ser polícia. Deixa de ser o que for, mas deixa de ser polícia e é um criminoso e um bandido e tem que ser tratado como tal.”
“De todos os candidatos que estão aí, o melhor preparado para segurança pública sou eu, isso eu não tenho dúvida. Eu não vou ficar aqui escondendo que nenhum desses candidatos está preparado para discutir Segurança Pública diretamente comigo.”
“Eu não tenho medo do PCC, eu não vou usar colete de bala para fazer campanha política.”
“Esse prefeito, ele não corre o risco só de não ser eleito. Ele está desesperado atrás da reeleição, porque dependendo de você auditar o que ele já fez na cidade até hoje, ele corre o risco de perder a cadeira e ir para a cadeia.”
“Eu não devo secretaria para ninguém. Eu não devo cargo a ninguém. Eu não devo dinheiro a ninguém. Quem trabalhar conosco vai ganhar o que que lhe é de direito. E não tem essa de vereador pedir cargo, pedir emenda, porque não tem. Isso aí vai ser do povo.”
“Eu dou a minha palavra em nome da minha honra de que vou até o fim, a não ser que me matem aí no meio do caminho, porque tem um monte de gente já borrando as fraldas com medo de que eu vá até o fim.”
“Eu não quero polemizar com a Tabata, mesmo porque eu acho ela uma menina capaz, uma menina competente, brilhante. […] Eu tenho origem humilde como a dela também. Se ela entende de pobreza, eu também entendo.”
“São Paulo tem muito dinheiro. Se precisar, eu raspo o tacho da prefeitura e devolvo ao povo. Eu não sou o Robin Hood. Mas é isso tem que ser feito numa situação de crise.”
“Eu não vou apoiar ninguém. Ninguém. Não vou apoiar ninguém. Primeiro que eu pretendo ser eleito no primeiro turno. O sonho Martin Luther King, eu tenho um sonho.”
“Eu sou a favor de Constituição. Constituição é povo. Essa é minha ideologia.”
Guilherme Boulos (PSOL);
“O primeiro passo para a gente discutir a tarifa zero, melhorar a qualidade do investimento no transporte, é passar a limpo esses contratos, acabar com essa fase de transição, que é uma esculhambação, garantir que se cumpram os horários e que se bote a frota na rua para as pessoas terem um transporte público de qualidade.”
“Rachadinha é corrupção, rachadinha é crime. Independentemente de quem pratique, seja o Flávio Bolsonaro, seja o Janones.”
“Quando você vira prefeito, e eu tenho essa consciência plenamente, você não representa só o seu partido, você não representa só as suas convicções, você tem que representar a cidade e, portanto, ter capacidade de diálogo com todos.”
“Para atuar no roubo de celular, você tem que atuar na receptação com inteligência e aí a prefeitura tem muito a fazer.”
“Hoje, o problema de São Paulo, eu lhe digo isso com muita confiança e convicção, não é falta de dinheiro, é a qualidade mal feita do gasto.”
“Eu aprendi e amadureci, te diria, sem amolecer, porque isso é importante para mim. A gente tem que amadurecer, tem que aprender com a experiência, mas não pode amolecer se não a gente vira um político igual aos outros, que só fica pensando em reeleição e deixa de ter o propósito de por que estar na política.”
“A Cracolândia não é só um problema de uso de crack, a Cracolândia é um problema de população em situação de rua e de desemprego crônico daquela população. Você tem uma incidência muito alta, por exemplo, de egressos do sistema prisional. Aquele cara que ficou preso, perdeu o vínculo familiar, depois fica com o selo de ex-presidiário na testa não consegue emprego em lugar nenhum e esse cara entra num ciclo mortal da droga.”
“A corporação da Guarda Civil Metropolitana tem o meu respeito. Eu conheço muitos guardas que fazem o seu serviço com dedicação. Agora, quando alguém usa a farda para cometer um crime, essa pessoa tem que ser julgada e retirada do serviço público.”
“Um imóvel vazio no centro é ponto de uso de droga, é ponto de violência contra mulher, é ponto de receptação. Ou seja, está tudo errado.”
“Não é o horror ao ajuste fiscal. O que nós temos, eu tenho e vou seguir tendo, é uma recusa de um ajuste fiscal sempre feito no lombo do trabalhador, no lombo dos mais pobres, isso é inaceitável.”
Pablo Marçal (PRTB);
“É muito romântico alguém falar ‘a favela, favela, favela’, mas toda todas as favelas que eu tenho ido, eu tenho percebido uma coisa. Ali, quando eu vejo a favela, eu penso que o poder público virou as costas e usa só no período eleitoral para continuar sequestrando emocionalmente essas pessoas. Isso me toca o coração de verdade.”
“Levar empreendedorismo não vai resolver só o problema do transporte, a mobilidade da cidade. Vai resolver um problema de vida, as pessoas vão melhorar de vida ali e vão investir naqueles mesmos lugares.”
” Os Estados Unidos da América não estudam Geografia. Aí você fala ‘vai cortar Geografia da escola’, não falei, é só para você pensar. A gente faz todos os alunos da rede pública estudar Bhaskara, ninguém sabe explicar para que que é isso, isso é para a Engenharia e a maior parte dos engenheiros nunca vai usar isso e a gente não tem ninguém questionando isso.”
“Nossa segurança é o item mais pedido na nossa cidade. É o seguinte: as pessoas não aprenderam inteligência emocional, elas matam por qualquer coisa. Onde a gente deve ensinar elas? Na escola.”
“A gente tem que rever o estado, ele tá com uma múltipla falência em várias situações. O estado está grande demais, está pesado demais. É muita companheirada, é muita ineficiência. É um estado completamente corrupto. A gente precisa de ter gente nova justamente por isso.”
“Vou ter diálogo também com o presidente da República. Tem que ter um cessar-fogo depois das eleições. Não dá para o Brasil ficar com políticos que têm inimizade com outros políticos, principalmente da Federação.”
“Eu não estou aqui falando para vocês que eu sou o melhor cara da do país ou da cidade de São Paulo para governar a cidade de São Paulo, mas entre esses candidatos, eu sou o que mais entende de gestão, eu sou o cara que mais tem coração com gente, porque eu fiz com meu dinheiro.”
[Sobre reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” que aponta que o presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, foi flagrado em conversas com um membro da legenda dizendo ter ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC)]: “Se confirmou e tiver de fato, se isso é uma conversa fiada, que ele apresente as declarações dele, ele mesmo tem que se defender. Eu não estou defendendo ele, tá?”
“Eu quero que no futuro o Brasil a gente possa ter pessoas, como eu e você, que possam ser candidatas sem partido político, porque isso é quase um manicômio.”
“Cada um tem que cuidar da própria vida. Eu vou prestar suporte para vocês terem uma vida menos sofrida e para todo mundo prosperar. Eu não garanto que eu vou cuidar de todo mundo, porque isso não é papel do prefeito. O prefeito ele tem que fazer o que? Ele tem que devolver benefício para todo mundo. Cuidar, nós vamos ensinar cada um ser forte para não depender de governo do PT, para não depender de ficar o tempo inteiro emocionalmente envolvido com esse povo. Todo mundo pode abrir seu próprio negócio.”
Ricardo Nunes (MDB)
“A gente conseguiu cuidar da saúde financeira da cidade. E cuidando da saúde financeira, aí sim, a gente tem condições de implementar as políticas.”
“Pode vir quem for, escrever o que quiser, prometer o que quiser. Se não tiver o recurso para fazer aquilo que está se propondo, não consegue.”
“As pessoas não sabem o que estão falando. São pré-candidatos que falam coisas que não são em nenhuma circunstância plausíveis de serem realizadas.”
“Do jeito que a gente ajustou a casa, os próximos quatro anos serão os melhores quatro anos que São Paulo já teve.”
“Não existe um indiciamento meu, não existe acusação contra mim. A minha vida é uma vida limpa, íntegra e continuará sendo, porque o que eu tenho de maior orgulho na minha vida é a minha história, é a minha é posição de sempre ter sido uma pessoa absolutamente correta de combate à corrupção.”
“A gente não deixou de fazer o atendimento do aborto legal, não deixamos de fazer. Se for o procedimento dentro da legalidade, isso vai ser feito aqui. Nem o Alexandre do Moraes tem melhor condição de definir do que o médico que tá lá na ponta, no dia a dia, com todo respeito ao nosso ministro Alexandre de Moraes.”
“Queria deixar claro isso aqui, porque é sério. Jamais faria isso — suspender fiscalização —, de jeito nenhum, cada centavo do contribuinte tem que ser fiscalizado.”
“Qual que é a probabilidade de você fazer um asfalto daqui até o Acre e não ter nada de problema? Sabe quanto deu de problema? 0,3%. E o contrato que eu fiz com essas empresas é garantia de cinco anos. Cinco anos. Deu problema, ele tem que ir lá e refazer evidentemente sem cobrar nada.”
“Era muito importante, muito importante que eu, como prefeito, garantisse a continuidade do trabalho com a intervenção, garantisse a continuidade do atendimento para o passageiro. É que tem gente, pessoal, que não tem ideia do que é você não ter uma linha de ônibus funcionando o transtorno que as pessoas passam. Tem gente, né, que nunca viu, nunca pegou. Eu já peguei muito ônibus, eu sei o que que é e o quanto que é importante a pessoa poder ir para o ponto e pegar o seu ônibus.”
[Sobre empresas de ônibus investigadas por elo com o PCC]: “Eu já tenho [o relatório]. O Ministério Público não fez o indiciamento das pessoas. Está fazendo pari passu [simultaneamente], porque a prefeitura, olha que importante, nós somos assistentes de acusação. Nós, prefeitura, a meu pedido, somos assistentes de acusação nesse caso.”