27 de dezembro de 2024

Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Eduardo Paes para a GloboNews

Candidato pelo PSD, o atual prefeito do Rio tenta a reeleição. Eduardo Paes é entrevistado no Central das Eleições
Reprodução/TV Globo
A Central das Eleições, da GloboNews, entrevistou nesta quarta-feira (28) o prefeito do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD).
A GloboNews convidou os candidatos que tiveram pelo menos 5% de intenções de voto e que ficaram entre os cinco primeiros colocados na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta passada (22). A ordem das entrevistas foi definida em um sorteio realizado na presença dos representantes dos partidos.
O primeiro a ser entrevistado foi o candidato do PSOL, Tarcísio Motta, na segunda (26). Ele defendeu fazer uma transição para acabar com OSs na Saúde do Rio. Confira aqui o que é #FATO ou #FAKE na entrevista dele.
No dia seguinte, foi a vez do candidato do PL, Alexandre Ramagem. Na entrevista, ele prometeu usar a Guarda armada para recuperar territórios do crime e disse que desvendou a “caixa preta da Abin”. Veja aqui o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Ramagem.
Na sua sabatina, Paes afirmou que prometer que prefeito resolverá a segurança do Rio é ‘estelionato eleitoral’, admitiu que errou com Brazão e defendeu Lucinha.
A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações de Eduardo Paes. Leia a seguir:
“O Rio sempre foi a capital brasileira que teve o menor índice de desemprego historicamente. No meu governo era assim, e naqueles que me antecederam, Cesar Maia, Conde, Marcelo Alencar, também era assim, era uma lógica. Quando entra o governo do meu antecessor, nós passamos a ser a última colocada nesse índice.”

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#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: De acordo com a Pnad Contínua, do IBGE, o Rio de Janeiro foi uma das capitais com os menores percentuais de desemprego durante o segundo mandato de Paes, entre 2013 e 2016. Em quatro ocasiões, a cidade carioca chegou a ser a capital com o menor índice de desemprego. Isso ocorreu no primeiro trimestre de 2016, quando foram registrados 4,4% de desempregados no Rio, no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2015 – na ordem, 2,5%, 3,1% e 2,5%.
Quando o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) sucede Paes, a partir de 2017, há uma piora nas taxas de desemprego. No entanto, diferentemente do que afirma o candidato, o Rio não passa a ser a última colocada no rol das capitais com menor percentual de desempregados. Ao longo dos quatro anos em que Crivella comandou a prefeitura carioca, a taxa variou entre 7,1% e 8,5% – ficando entre a 21ª e a 12ª capital com o maior índice de desemprego. Atualmente, apesar do percentual ter diminuído, chegando a 5,5%, o Rio é a 8ª capital com o maior índice de desemprego do país.
Antes da Pnad Contínua, o desemprego era medido pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). O indicador, porém, não calculava a taxa por capitais, e sim por seis regiões metropolitanas: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. Por essa diferença entre os indicadores, não é possível compará-los.
De 2003 a 2007, durante a gestão de Cesar Maia, o Rio era a região metropolitana com o menor índice de desemprego, segundo a PME. A partir de 2008 até 2011, ele foi ultrapassado por Porto Alegre e passou a ocupar a segunda posição deste rol. Em 2003, início da série histórica do indicador, o Rio também estava nessa mesma colocação.
Procurada, a assessoria respondeu que Paes baseou sua afirmação no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que registra admissões e demissões no mercado formal de trabalho. O indicador, no entanto, não mede o número total de desempregados.
Em nota, a assessoria disse que o Rio voltou, em 2021, na terceira gestão de Paes, a ser a segunda capital que mais gera empregos formais do país, atrás de São Paulo, segundo dados do CAGED. No período 2021-2024 (até o 1º semestre de 2024), o Rio gerou 302,1 mil novos empregos formais, sendo a segunda capital que mais criou postos formais de trabalho nesse período, atrás de São Paulo.
No quadriênio anterior (2017-2020), na gestão de Crivella, o Rio foi a capital que mais perdeu empregos formais do país (-167,4 mil). A assessoria afirma ainda que, como o ano de 2020 foi o primeiro da pandemia, algo que impactou o mundo inteiro, se excluir esse ano, e analisar somente o triênio 2017-2019, o Rio também foi a capital brasileira que mais perdeu empregos formais do país (-59,6 mil).
“Eu como prefeito já fiz 300 escolas na cidade do Rio de Janeiro. O Brizola ficou conhecido pelos Cieps. Ele fez 500 Cieps no estado. Na cidade do Rio de Janeiro, foram 200, 200 e alguma coisa. Então, eu fiz mais escolas na cidade do Rio de Janeiro do que o Brizola fez Ciep.”

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A declaração é #FATO. Veja por quê: O prefeito Eduardo Paes foi eleito para a prefeitura em 2008. Reeleito em 2012, permaneceu até 2016 e voltou em 2020. A partir de 2009, a prefeitura iniciou uma série de inaugurações e construções. Nestes três mandatos, o prefeito inaugurou 300 escolas em diferentes pontos da cidade. O projeto teve início no primeiro mandato com a então secretária de Educação, Cláudia Costin.
“Quando se descobriu que ele [Chiquinho Brazão] era o mandante do assassinato [da vereadora Marielle Franco], ele [Alexandre Ramagem] votou a favor do relaxamento da prisão dele.”

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A declaração é #FATO. Veja por quê: No dia 10 de abril, a Câmara dos Deputados aprovou, por 277 votos a 129, um parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) favorável à manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018. Segundo a Câmara, um dos votos contrários foi do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), hoje adversário de Paes na disputa pela Prefeitura do Rio.
“Hoje temos 32 cozinhas comunitárias funcionando, além dos restaurantes populares que nós já tínhamos [em relação às ações de combate à fome na capital].”

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A declaração é #FATO. Veja por quê: As cozinhas comunitárias no Rio fazem parte do programa Prato Feito Carioca. Em dois anos de atuação, foram servidas 3,5 milhões de refeições. Com as inaugurações deste ano, a prefeitura já conta com 32 cozinhas comunitárias ao redor da cidade.
O público-alvo do programa são pessoas em situação de vulnerabilidade social cadastrados no CadÚnico do governo federal. O mapeamento e cadastramento dos beneficiários é feito com apoio dos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
“Em 2015 e 2016, o PIB caiu 7 pontos e meio [no Brasil].”

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A declaração é #FATO. Veja por quê: Dados divulgados pelo IBGE mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechou 2015 com queda de 3,8%, e em 2016, 3,6% – portanto, a retração acumulada foi de 7,2% em dois anos. Segundo o órgão, essa foi a pior recessão da história do país. Uma sequência de dois anos de baixa só havia sido registrada em 1930 e 1931, quando as quedas foram de 2,1% e 3,3%, somando 5,4% de acumulado.
“A lei brasileira prevê a internação involuntária, mas ela tem que observar uma série de pré-requisitos: condições da pessoa, quesitos voltados à área da saúde; acompanhamento da Defensoria e do Ministério Público.”

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A declaração é #FATO. Veja por quê: A internação involuntária de dependentes químicos é prevista na Lei 13.840, de 2019, conhecida como Nova Lei de Drogas. O texto coloca que a medida só pode ser adotada “a pedido de familiar ou do responsável legal” ou “de servidor público da área de saúde, da assistência social”, por exemplo. A internação deve ser indicada “depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas”. Outro trecho afirma que internações e altas deverão ser informadas, em até 72 horas, “ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização”.
Apesar disso, um dos entraves apontados por especialistas para a implantação de uma medida em larga escala é uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe a remoção e o transporte compulsório de pessoas em situação de rua em todo o país – não apenas para interná-las, mas também para levá-las para abrigos, por exemplo.
Em novembro de 2023, quando anunciou que a Prefeitura do Rio prepararia uma proposta de internação “compulsória” – essa prevista na Lei 10.216, de 2001, para pessoas com transtornos mentais, após determinação da Justiça -, Eduardo Paes afirmou que a medida respeitaria a lei e que não deixaria o Rio “se transformar num Centro de São Paulo”, em referência à cracolândia, na capital paulista.
“Eu peguei a prefeitura quebrada. O Crivella deixou 3 folhas de salário atrasadas. Eu passei dois anos pra colocar as contas no azul. Por isso que eu não consegui terminar a Transbrasil no final de 22. Era uma situação muito difícil. R$ 6 bilhões de dívidas não pagas”.
selo não é bem assim
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#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Numa entrevista coletiva em 2 de janeiro de 2021, primeiro dia útil deste seu terceiro mandato, o prefeito Eduardo Paes disse que seu antecessor, Marcelo Crivella, tinha deixado duas folhas de pagamento dos servidores municipais descobertas: a de dezembro de 2020, e o 13º salário.
Em julho do mesmo ano, ao apresentar o Plano Estratégico da cidade até 2024, o então secretário municipal de Fazenda, Pedro Paulo Teixeira, destacou que a atual gestão recebeu a prefeitura com R$ 11,9 milhões em recursos em caixa e com um déficit de R$ 6 bilhões, que incluiria o pagamento de duas folhas de pagamento: o salário de dezembro e o 13º dos servidores.
Procurada pela reportagem, a assessoria de Paes reconheceu que, quando Eduardo Paes assumiu o novo mandato em janeiro de 2021, ele “teve que arcar com o custo de duas folhas extras” – e não três.
Por sua vez, Crivella, após ser indagado pela reportagem, respondeu que “foi um período difícil para todos”. “Eu peguei a prefeitura na pior crise econômica do Brasil depois da crise do café em 1928. Arrecadação comparada ao período anterior caiu cerca de R$ 6 bilhões e tive que pagar R$ 5 bilhões de dívidas da olimpíada. Além disso tivemos a Covid.”
Sobre as folhas de pagamento atrasadas, Crivella respondeu que “não foram 3 folhas atrasadas. Foi metade do 13º”.
“A gente cuida muito da ordem pública. A gente enfrenta o mercado imobiliário da milícia. O delegado Breno Carnevale, meu secretário de Ordem Pública… todo dia se você ligar no Bom Dia Rio vai ver uma operação da prefeitura. Já demos R$ 1 bilhão de prejuízo, numa parceria com o Ministério Público estadual”.

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A declaração é #FATO. Veja por quê: Em outubro de 2021, o Ministério Público do Rio criou a Força-Tarefa de Combate à Ocupação Irregular do Solo do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado para atuar em conjunto com a prefeitura em operações de demolição de imóveis construídos irregularmente em áreas dominadas por organizações criminosas na cidade. Segundo o MP, dados da prefeitura mostram que, desde 2021, foram realizadas mais de 2 mil demolições de construções irregulares, avaliadas em mais de R$ 1 bilhão, sendo 70% delas em áreas sob influência do crime.
Participaram desta checagem: Camila Zarur, Filipe Brasil, Giovanna Durães, Luciano Ferreira, Marcelo Gomes, Mariene Lino, e Marco Antônio Martins.
Paes diz que prometer que prefeito resolverá a segurança do Rio é ‘estelionato eleitoral’
Abaixo, assista à íntegra da entrevista de Eduardo Paes à GloboNews:
Central das Eleições Entrevista – Eduardo Paes (PSD)
Fato ou Fake explica:
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