29 de setembro de 2024

Veja o que é #FATO ou #FAKE nas entrevistas dos candidatos à Prefeitura de BH ao MG1

Cinco candidatos participaram das entrevistas ao vivo para o MG1: Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT). Montagem com fotos de Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT)
Divulgação/Campanha Fuad Noman; Lucas Mendes; Lucas Ávila; Divulgação/Mauro Tramonte; Mariana Bestani
Os cinco candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte mais bem colocados na pesquisa Datafolha de 19 de setembro participaram de sabatinas ao vivo no MG1, da TV Globo.
Entre os dias 23 e 27 de setembro, foram entrevistados Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT). A ordem das sabatinas foi definida por sorteio.
A equipe do Fato ou Fake checou algumas declarações dos políticos. Leia abaixo:
Fuad Noman (PSD)
“A Associação de Prefeituras fala que Belo Horizonte é o melhor acesso a saúde do Brasil”
Não é bem assim
g1
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A equipe do atual prefeito confirmou à reportagem, inicialmente, que se referia ao Ranking de Competitividade de Municípios, elaborado pelo Centro de Liderança Pública. Na edição de 2024, Belo Horizonte apareceu em 39º lugar entre 404 cidades brasileiras no pilar Acesso à Saúde.
BH estava em 7º lugar nessa categoria nas edições de 2023 e de 2022 e em 4º na de 2021. Nessas publicações, foi a capital brasileira mais bem posicionada. Na mais recente, ficou atrás de Vitória (ES) e Curitiba (PR).
O pilar “Acesso à saúde” reúne dados de cobertura da atenção primária, cobertura de saúde suplementar, cobertura vacinal e atendimento pré-natal, disponibilizados pelo SUS, referentes a anos anteriores à publicação de cada edição do Ranking.
Após ser procurada pela reportagem, a equipe do prefeito disse que ele se referia ao Ranking de Eficiência dos Municípios, produzido e divulgado pelo jornal “Folha de São Paulo”, que colocou Belo Horizonte em primeiro lugar no quesito eficiência de gastos em saúde.
“Nós já plantamos, nos últimos dois anos, quase 50 mil árvores”
Fato
g1
A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com dados fornecidos pela própria Prefeitura de Belo Horizonte, foram plantadas 48.356 mudas de árvores na cidade entre 2022 e 2023.
Em 2022, foram 23.526 plantios, enquanto em 2023 foram 24.830, realizados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, pela Superintendência de Zeladoria Urbana e pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica.
Bruno Engler (PL)
“Hoje a gente tem menos de 2.300 guardas [municipais]”
Não é bem assim
g1
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: O efetivo atual da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte é de 2.484 agentes, segundo a prefeitura. O número aumentou em julho, quando 197 novos servidores foram diplomados.
A quantidade está em conformidade com a Lei 13.022/2014, que estabelece que as guardas municipais não podem ter efetivo superior a 0,2% da população em municípios com mais de 500.000 habitantes.
De acordo com a legislação, Belo Horizonte – que tem 2.315.560 habitantes, segundo o Censo de 2022 – não pode ter mais de 4.631 agentes nem menos de 1.500.
Após ser procurada pela reportagem, a equipe do candidato disse que o dado consta no site oficial da prefeitura. O número disponível no portal, de 2.293 agentes, está desatualizado, sem considerar os 197 diplomados em julho.
“Belo Horizonte é a segunda pior capital do Brasil para se rodar em horário de pico. Às seis horas da tarde, a gente leva 57 minutos para rodar 10 km. A gente só ganha de Recife, onde se leva 58”
Fato
g1
A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com a Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte de Mobilidade da População Urbana de 2024, uma viagem de 10 km em horário de congestionamento em Belo Horizonte leva, em média, 57 minutos.
A capital mineira aparece em segundo lugar neste ranking, empatada com São Paulo (SP). No primeiro lugar aparece Recife (PE), com 58 minutos, e, em terceiro, Curitiba (PR), com 56.
Duda Salabert (PDT)
“No nosso plano de governo, nós apresentamos inicialmente uma versão com diretrizes gerais e, nessas diretrizes, deixamos muito claro que iríamos ouvir vários atores da cidade e entregaríamos uma versão final, que foi entregue agora nesta última semana, e nela está contemplado também nosso debate sobre o Anel Rodoviário”
selo fake
g1
A declaração é #FAKE. Veja por quê: O plano de governo cadastrado na plataforma na Justiça Eleitoral no dia da entrevista (25) não apresentava menções ao Anel Rodoviário.
Procurado pela reportagem, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) informou que o documento foi cadastrado em 12 de agosto e, desde então, não houve nenhuma atualização no sistema.
A campanha de Duda Salabert informou que o protocolo para atualização do plano de governo junto à Justiça Eleitoral é de responsabilidade do partido — no caso, o PDT — e que o processo já está em andamento.
“Temos 20 vezes mais imóveis abandonados e vazios do que pessoas em situação de rua”
Fato
g1
A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com o censo da população em situação de rua realizado pela prefeitura em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2022 e divulgado em 2023, Belo Horizonte tem 5.344 pessoas vivendo nas ruas. O número é o considerado oficial pelo município.
Já os domicílios vagos na cidade – aqueles em que não há ninguém morando – são 109.056, segundo dados do Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A quantia é 20,4 vezes superior à de pessoas em situação de rua.
Mauro Tramonte (Republicanos)
“Hoje, infelizmente, Belo Horizonte perde 25% de todas suas consultas, seus exames”
selo fato
g1
A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, ao longo do ano de 2023, a capital perdeu 29% de consultas e exames especializados da rede própria e 23% das consultas agendadas na Atenção Primária à Saúde devido ao absenteísmo — quando o paciente marca, mas não comparece.
A Prefeitura ainda lembra que “ao deixar de comparecer a um agendamento, o usuário prejudica não só o tratamento dele, mas impede que outras pessoas tenham a oportunidade de acessar a rede SUS-BH”.
“[As empresas] estão recebendo um subsídio de cerca de R$ 1 bilhão, ou seja, é 50% de todo o IPTU arrecadado de Belo Horizonte”
Não é bem assim
g1
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A previsão da prefeitura é arrecadar cerca de R$ 2,03 bilhões com o Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) em 2024, de acordo com o Portal da Transparência.
Já o subsídio estimado para o transporte público do sistema convencional de ônibus ao longo deste ano é de R$ 682,1 milhões, segundo a Superintendência de Mobilidade (Sumob).
Isto é, o valor destinado às empresas de ônibus em 2024 representa cerca de 34% do total arrecadado com o tributo, para fins comparativos.
A campanha de Mauro Tramonte não respondeu ao contato do g1.
Rogério Correia (PT)
“O governo federal colocou R$ 2,8 bilhões para essa empresa do metrô, e o governo do estado, R$ 400 milhões”
selo fato
g1
A declaração é #FATO. Veja por quê: A empresa vencedora da licitação e atual responsável pelo metrô de Belo Horizonte receberá R$ 3,2 bilhões em recursos públicos para investimentos nas operações.
O processo começou em agosto de 2021, quando os governos federal e estadual firmaram o acordo para a expansão do metrô. Um mês depois, o Congresso aprovou um projeto de lei que previa R$ 2,8 bilhões de recursos do governo federal para investimentos no sistema de transporte.
Em setembro de 2024, durante evento de anúncio do início das obras da linha 2, um representante do Ministério das Cidades esteve presente e reforçou o aporte da verba.
Já o governo de Minas Gerais entrará com R$ 400 milhões, provenientes do acordo firmado com a Vale para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho.
“35% do esgoto [de Belo Horizonte] ainda não é tratado”
Não é bem assim
g1
#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Segundo dados do Instituto Trata Brasil, divulgados em março deste ano, 70,85% do esgoto de Belo Horizonte é tratado – isso significa que 29,15% não passam por tratamento. A capital mineira estava na posição 42, entre as 100 cidades mais populosas do país, no ranking de saneamento básico.
A Lei 14.026, de 15 de julho de 2020, que instituiu o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, estabelece que os contratos de prestação dos serviços públicos de saneamento básico devem definir metas de universalização que garantam o atendimento de 90% da população com coleta e tratamento de esgoto até 31 de dezembro de 2033.
Ao ser procurada pela reportagem, a equipe do candidato disse que houve uma imprecisão na fala de Correia por ele não se lembrar do dado correto no momento da entrevista.
Selo logo Fato ou Fake
g1
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