Tiago Gomes de Souza, de 39 anos, foi preso suspeito de dar um chute no peito de Cesar Fine Torresi, de 77, na frente do neto dele, de 11, em Santos (SP). Motorista que deu ‘voadora’ em idoso morto após agressão chora em reconstituição do crime
O caso do idoso de 77 anos morto após levar uma ‘voadora’ na frente do neto, de 11, repercutiu em todo o país. Tiago Gomes de Souza, de 39, foi preso suspeito de cometer o crime em Santos (SP). O agressor chorou e pediu desculpas de joelhos durante a reconstituição do ocorrido. O g1 reuniu o que se sabe sobre a história.
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Entenda o que se sabe sobre o caso a partir dos seguintes pontos:
O crime
Morte da vítima
Prisão do suspeito
Habeas corpus negado
Quem era a vítima?
O que diz a família do idoso?
Versões sobre o crime
Reconstituição do caso
Comoção popular
Defesa do indiciado
Preso por matar idoso com ‘voadora’ chora em reconstituição do crime em Santos (SP)
Silvio Luiz/A Tribuna Jornal e Arquivo Pessoal
1. O crime
Cesar Fine Torresi morreu após levar uma ‘voadora’ no peito na frente do neto no bairro Aparecida, de acordo com o boletim de ocorrência. O menino relatou ao pai — filho da vítima — que ele e o avô atravessavam a Rua Pirajá da Silva entre os carros, na tarde de sábado (8), porque o trânsito estava parado.
Segundo o menino, um carro avançou na direção deles, mas freou bruscamente e o idoso se apoiou no capô sem causar danos. No momento em que Cesar e o neto terminaram de atravessar, o motorista foi até eles a pé e deu a ‘voadora’, um chute no peito do homem.
A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar no local, viu que o idoso era atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A vítima estava desacordada e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, onde foi intubada, teve três paradas cardíacas e não resistiu.
Uma testemunha relatou à PM que viu o idoso e o neto de mãos dadas no momento que antecedeu a agressão.
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2. Morte da vítima
Segundo a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3º Distrito Policial da cidade, Cesar morreu vítima de um trauma cranioencefálico (TCE) e um edema no pericárdio [membrana que envolve o coração].
De acordo com a agente, o TCE sofrido pelo idoso no momento em que caiu no chão foi tão ‘grave’ que, caso ele sobrevivesse, ficaria em estado vegetativo [inconsciente e sem qualquer tipo de movimento voluntário].
Ainda segundo Liliane, o edema causado no coração da vítima poderia ter estourado o órgão por conta da força do chute do agressor.
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3. Prisão do suspeito
Homem, de 39 anos, foi preso no bairro Aparecida, em Santos (SP)
Redes sociais
O episódio gerou revolta e motivou discussões de pessoas que passavam pelo local com o suspeito, Tiago Gomes de Souza, de 39 anos, que correu para um mercado nas proximidades da região, mas foi localizado pela PM.
Tiago foi levado à Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos e, na presença do advogado, não quis se manifestar sobre o ocorrido. O caso foi registrado inicialmente como lesão corporal seguida de morte.
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4. Habeas corpus negado
Vídeo mostra prisão de homem que levou idoso à morte com ‘voadora’ no litoral de SP
O desembargador Hugo Maranzano, da 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), negou a liminar de habeas corpus solicitada pela defesa de Tiago.
Após a audiência de custódia, no domingo (9), o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) converteu a prisão em flagrante do indiciado para preventiva. A defesa, portanto, entrou com o pedido de liminar, que é uma tentativa judicial provisória para substituir o cárcere por medidas cautelares.
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5. Quem era a vítima?
Cesar Torresi morreu após levar ‘voadora’ na altura do peito em Santos (SP)
Arquivo Pessoal e Reprodução/Redes Sociais
O filho do idoso, Bruno Cesar Fine Torresi, contou à equipe de reportagem que o pai era divorciado e morava em Santo André, tendo como costume visitar os três filhos e seis netos, que moram em Santos, Sorocaba e Jundiaí.
“Nesse final de semana meu pai veio nos visitar e estava indo ao shopping passear com meu filho de mãos dadas. […] A rotina dele era visitar os três [filhos] em cada cidade, pegando os netos e passeando com todos eles”, afirmou Bruno à época.
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6. O que diz a família do idoso?
Cesar Torresi morreu após levar ‘voadora’ na altura do peito em Santos (SP)
Arquivo Pessoal
De acordo com a nora da vítima, que preferiu não se identificar, pessoas próximas ficaram abaladas ao saberem sobre a causa da morte do idoso. “A gente fica tentando entender o que levou esse rapaz a cometer um ato tão cruel”, desabafou.
Na visão da nora, nada pode justificar a ‘voadora’. “O que [o suspeito] ele pagar ainda é pouco pelo que estamos passando. Não [esperávamos a morte do idoso] tão repentinamente como foi, de uma maneira tão trágica, dolorosa e inesperada”, concluiu.
O filho ficou revoltado com a situação. “A família toda está sem entender como uma pessoa pode ter uma atitude dessa com um idoso, de cabelo branco, e com uma criança ao seu lado”, lamentou Bruno.
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7. Versões sobre o crime
De acordo com a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial da cidade, Tiago disse à polícia sofrer de transtornos psicológicos. O homem alegou também que, embora faça tratamento com medicamentos, sofreu um ‘ataque de fúria’ na data dos fatos.
“Não conseguiu se controlar e por isso assim agiu. [Disse] que na hora se arrependeu e até fez manobras de ressuscitação na vítima”, afirmou Liliane.
O homem disse ter sofrido o ‘ataque’ diante da atitude da vítima em adverti-lo por ter avançado com o carro contra ela e o neto. Ele relatou que não teve a percepção se havia machucado ou não o idoso quando ‘avançou’ com o veículo.
“Ele [Tiago] nem estacionou o carro. Simplesmente desceu, deixou a chave ali e foi atrás do senhor. Ele diz que houve uma discussão. O neto diz que não”, explicou Liliane.
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8. Reconstituição do caso
Motorista que deu ‘voadora’ em idoso que morreu após a agressão chorou durante reconstituição do crime
Brenda Bento/g1
A reconstituição do crime aconteceu na quinta-feira (13). Na ocasião, Tiago se jogou no chão, chorou e pediu desculpas de joelhos.
O trabalho contou com a presença do suspeito, Eugênio Malavasi [advogado dele], um promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e autoridades policiais. O filho da vítima, Bruno Cesar Fine Torresi, também participou.
Durante o procedimento, três versões foram reproduzidas: do autor do crime, do neto da vítima e de uma testemunha – um médico que auxiliou nos primeiros socorros de Cesar e viu apenas parte do ocorrido.
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Tiago participou da reconstituição do crime e simulou como foi a agressão contra o idoso, em Santos (SP)
Brenda Bento/g1
9. Comoção popular
Dezenas de pessoas acompanharam a reconstituição do crime no local e pediram por justiça. Para a delegada, o procedimento foi “bastante tenso” por se tratar de um crime “impactante” e “revoltante”. Apesar disso, ela afirmou que o trabalho foi essencial para o inquérito.
“Fiquei bastante preocupada, mas foi um sucesso. A gente teve a oportunidade de contar com policiais maravilhosos, um perito excelente, e toda equipe de fotografia”, afirmou Liliane.
A delegada ressaltou que, diante dos fatos, a população tende a ser ‘parcial’, apesar disso, reforçou a importância da imparcialidade da corporação no trabalho.
“Foram momentos tensos. A gente se solidariza com as partes, com a família. É muito triste, não tem como dizer que você não fica preocupada o tempo todo com a rigidez física do autor do fato”, pontuou ela.
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Motorista que deu ‘voadora’ em idoso que morreu após a agressão chorou durante reconstituição do crime
Brenda Bento/g1
10. Defesa do indiciado
O advogado Eugênio Malavasi, que representa Tiago, afirmou ao g1 que o cliente reproduziu o caso de acordo com o depoimento prestado à autoridade policial na delegacia.
Segundo o advogado, Tiago confessou a agressão e relatou que faz uso de medicamentos prescritos por psiquiatra. Ele disse ainda que a defesa não busca impunidade.
“A defesa vai buscar o que é justo”, explicou Malavasi. “Não houve homicídio na visão defensiva. Houve sim uma lesão corporal seguida de morte”.
O advogado afirmou, ainda, que entrará com um pedido de prisão domiciliar por causa do problema psiquiátrico de Tiago, que é pai de três crianças.
Tiago auxiliou autoridades e Polícia Científica durante reconstituição da agressão que resultou na morte de idoso, em Santos (SP)
Brenda Bento/g1
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