8 de janeiro de 2025

Veja quais são os perigos mais comuns ao se expor em áreas alagadas e saiba como evitá-los

Cidade de Santos, no litoral de São Paulo, registrou acumulado de 118 mm de chuva entre segunda (3) e terça-feira (4). Ruas do Centro de Santos, SP, amanheceram alagadas.
Arquivo Pessoal/Ariane Rocha
As fortes chuvas que atingiram a Baixada Santista provocaram transtornos nas cidades do litoral paulista entre segunda (3) e terça-feira (4). Dezenas de moradores enfrentaram pontos de alagamento para realizar atividades rotineiras. Por conta disso, o g1 separou dicas do que pode ser feito nestas situações.
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Segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo, Santos (SP) registrou o maior acumulado de chuvas nas últimas 24 horas, com 118 mm. No entanto, São Vicente e Praia Grande também registraram altos índices pluviométricos, sendo 99 mm e 70 mm, respectivamente.
Por conta da exposição aos alagamentos, além da possibilidade de novas enchentes e dos riscos de desabamentos, é fundamental estar informado para saber qual atitude tomar em situações do tipo. Abaixo, veja as orientações divulgadas:
Doenças 🦠
O contato com a água de enchentes pode provocar sérias doenças causadas por bactérias, parasitas e vírus contaminados, que penetram no organismo por meio de ferimentos, mucosas, exposição prolongada e ingestão da água, causando infecções.
Ao g1, o infectologista Roberto Focaccia revelou que a maior preocupação em situações de alagamentos na região se dá pelo risco de contrair leptospirose, doença transmitida através do contato com água contaminada com urina de animais portadores, especialmente ratos.
“Existem vários riscos, mas o maior risco nessas enchentes, que não são duradouras, é com a leptospirose, pelo fato de que em Santos existem muitos ratos. Isso em face dos canais, alimentos nas praias e a proximidade com o porto, que possui muitos alimentos, grãos”, explicou.
Ele complementou dizendo que, além da leptospirose, a exposição prolongada ou ingestão da água contaminada poderia provocar outras doenças, como hepatite A, febre tifoide, salmonela e demais parasitoses.
A principal recomendação a ser seguida, segundo Focaccia, é a higienização imediata. Entretanto, ele destacou que aqueles que tiveram contato direto com águas contaminadas também podem procurar medicações nos postos de saúde.
“Nessas situações, existem duas condutas. Uma delas é simplesmente tomar um bom banho. Em relação às enchentes mantidas [por um período de tempo], recomenda-se uma dose única de 200 ml doxiciclina [antibiótico] para prevenir a leptospirose. Fica a recomendação”, detalhou.
Ainda segundo ele, o tratamento para as demais doenças, como hepatite A e febre tifoide, que são realizados por meio de vacinas, não são necessários nesta ocasião, por ser uma ocorrência restrita e pontual.
Ele destacou também a necessidade de se manter alerta pela possibilidade do contágio. “Por via oral, se [a pessoa] tomou a água suja, aí temos que pensar em salmonela e, especialmente, a febre tifoide. Mas não há como detectar, a pessoa teria que sentir febre e ir à UPA para investigar”, acrescentou ele.
Focaccia afirmou que a febre tifóide é uma doença de instalação lenta, e que os sintomas podem aparecer com o decorrer do tempo. “A recomendação é que as pessoas fiquem alertas nos próximos 15 dias. Se aparecer alguma febre ou sintoma diferente, ela deve procurar um posto de saúde”.
Cuidados 🚨
Água da chuva invadiu casa de Maria Angélica, no bairro Caneleira, em Santos (SP)
Arquivo Pessoal
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), estão previstas pancadas de chuvas até o final desta terça-feira (4) na região. Por conta disso, o g1 separou dicas para se manter seguro. Confira:
Se estiver na rua 🛣️
🧱 Muros e cercas: Mantenha distância, pois há risco de desabamento.
⚡ Postes de luz: Para evitar choques, não se aproxime nem toque em cercas de arame, portões metálicos, barras e outras estruturas metálicas.
🚌 No ponto de ônibus: Tente ficar sentado com os pés suspensos para evitar contato com o solo. Mas se possível, procure um lugar mais seguro e coberto.
🌳 NÃO PROCURE abrigo debaixo de árvores – elas podem atrair raios.
🏖️ Saia de locais abertos antes da chuva começar, como praias, campos de futebol e parques, por causa do risco de descargas elétricas.
👨‍🦱 Sentiu o cabelo arrepiar? Corra pra se proteger. Isso é sinal que um raio pode cair a qualquer momento.
💨 Fique atento também ao ver postes e árvores inclinados. Com ventos fortes, eles podem colapsar.
🌧️ Em caso de enchentes, evite áreas de risco, não atravesse ruas alagadas, afaste-se da eletricidade e, se necessário, chame a Defesa Civil ou o Corpo de Bombeiros.
Em casa 🏠
🪟 Mantenha vidros e janelas bem fechados, permanecendo longe deles.
💧Evite contato com água encanada em tempestades de raios. Embora seja algo raro, descargas elétricas podem passar pela tubulação.
🏢 Não encoste em paredes de concreto. Os raios também podem passar por fios ou barras metálicas nas paredes ou pisos.
☎️ Evite usar telefones fixos. Durante uma tempestade, é mais seguro utilizar telefones sem fio ou celulares.
Dirigindo 🚗
Chuva alagou a Rua Bahia, no Gonzaga, em Santos (SP)
Diogenes Humberto
Durante temporais, também é crucial seguir algumas dicas importantes ao volante. O Detran.SP e o serviço meteorológico do Reino Unido listam (Met Office) listam algumas:
🛑 Caso a chuva esteja intensa, pare (se possível) em um local seguro até que a visibilidade melhore.
🚗 Caso não seja possível parar, diminua a velocidade, principalmente quando os seus limpadores estiverem ligados.
♒ Se a estrada ou a rua estiver alagada, retorne e procure outro caminho. Mesmo pouca água pode fazer seu carro flutuar (cerca de 30 cm).
Nunca tente atravessar áreas alagadas, mesmo que não apareçam correnteza ou outros riscos, pois você pode ser surpreendido por obstáculos ou pela subida repentina do nível da água.
Aumente a distância de segurança entre seu carro e veículos à frente em condições de escorregadias.
🛞 Segure firmemente o volante em rajadas de vento, especialmente ao ultrapassar.
⚠️ Se seu carro derrapar, mantenha a calma, tire o pé do acelerador e evite frear até recuperar o controle.
Outas recomendações
A Defesa Civil recomenda não atravessar e adentrar em áreas inundadas ou enfrentar enxurradas. A força da água pode arrastar uma pessoa ou até mesmo um veículo. Às pessoas que moram em área de risco, o órgão aponta que devem ficar atentas aos sinais de movimentação do solo, como postes e árvores inclinadas, rachaduras nas paredes, portas e janelas emperradas.
Funcionários da Prefeitura de Santos (SP) realizando limpeza das ruas da cidade após temporal
Francisco Arrais/Prefeitura de Santos
Em razão dos grandes acumulados de chuva nas últimas horas, a recorrência de novos temporais poderá desencadear um processo de deslizamento devido à saturação do solo na região, ainda segundo a Defesa Civil. Por conta disso, veja os sinais abaixo:
No solo: trincas no terreno, degraus de abatimento ou rachaduras
Em casa: trincas novas no piso ou nas paredes, ou muros estufados
Inclinação de árvores, postes ou muros
Valas e surgências d’água com coloração mais barrenta que o normal
Estalos ou aumento das trincas em blocos ou paredões rochosos
Caso um dos sinais de perigo seja notado pelos moradores, a família deve deixar o imóvel imediatamente e acionar a Defesa Civil pelo telefone 199. Para receber alertas por celular, é preciso enviar o CEP por SMS para o número 40199.
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