Até 2070, a perda populacional vai atingir todas as unidades da federação, exceto em Mato Grosso, e começa primeiro no Rio Grande do Sul e em Alagoas, em 2027, e no Rio de Janeiro, em 2028. A população brasileira vai começar a encolher em 2042, segundo projeções divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (22). O Rio Grande do Sul e Alagoas serão os primeiros estados brasileiros a registrar a redução populacional.
De acordo com o IBGE, a diminuição na população desses dois estados está prevista para ocorrer já nos próximos três anos. O Rio de Janeiro seguirá a mesma tendência, com uma queda populacional projetada para começar em 2028.
A pesquisa também projeta que, até 2064, a maioria dos estados brasileiros enfrentará uma redução populacional. A exceção é Mato Grosso, que, segundo Márcio Mitsuo Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, não deve apresentar uma inflexão no crescimento populacional até 2070.
Veja abaixo quando a população vai começar a diminuir em cada estado.
Outros dados do Censo 2022
As informações do Censo 2022 começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saber que:
O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que era estimado pelas projeções iniciais;
O país segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, 51,5% do total de brasileiros;
1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na história em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo;
O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;
Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu.
Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do país, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos.
Após 50 anos, termo favela voltou a ser usado no Censo.
O Brasil tinha, em 2022, 49 milhões de pessoas vivendo em lares sem descarte adequado de esgoto. Esse número equivale a 24% da população brasileira. Já a falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhões de brasileiros.
Mais da metade dos 203 milhões de brasileiros – 54,8% – mora a até 150 km em linha reta do litoral.