Clenilton Lemes Correia foi atropelado na madrugada do último domingo, na GO-020. Justiça concedeu liberdade provisória para o motorista. Clenilton Lemes Correia morreu após ser atropelado e arrastado por um carro de luxo, na GO-020, em Goiânia, Goiás
Arquivo pessoal/Reprodução
Clenilton Lemes Correia, de 38 anos, saiu de casa no último domingo (9) para ir trabalhar e, no meio do caminho, foi atropelado e arrastado por um carro de luxo, na GO-020, em Goiânia. Casado e pai de dois filhos, Clenilton foi resgatado ainda com vida, mas não resistiu e morreu.
“O filho de cinco anos não voltou para casa e está na vizinha. Todo dia ele esperava o Clenilton chegar, era muito apegado ao pai”, Weslliane Alves, cunhada da vítima.
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O motorista do carro, o empresário Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, foi preso, mas solto na terça-feira (11). Em nota, a defesa dele afirmou que ele conseguiu uma liberdade provisória e deverá cumprir medidas cautelares diversas da prisão (íntegra no fim desta reportagem).
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Quem era Clenilton?
Clenilton era casado com Antônia Araújo, com quem ele teve dois filhos, que têm 5 e 17 anos. Ele nasceu no Pará e morava em Goiânia há 17 anos. Muito esforçado e dedicado ao trabalho, segundo a família, sempre quis ser vigilante, profissão que ele ocupava há dois anos.
“Ele já trabalhou em lava-jato, de porteiro e de [motorista de aplicativo]. Muito trabalhador e honesto”, disse Weslliane Alves, cunhada da vítima.
Clenilton Lemes Correia morreu após ser atropelado e arrastado por um carro de luxo, na GO-020, em Goiânia, Goiás
Arquivo pessoal/Weslliane Alves
Segundo o irmão do vigilante, Hamilton Lemes, Clenilton era um pai exemplar. “Ele era um pai presente, muito reservado e conselheiro”, disse. Hamilton ainda destacou que, além dos filhos e esposa, o vigilante se preocupava muito com os pais e mantinha contato com eles.
“Um irmão e um filho muito querido. Sempre se preocupava com a mãe e o pai, ligava para eles”, detalhou.
Além de Hamilton, outro irmão de Clenilton, Ailton Sousa, lembram a dedicação dele ao trabalho. “Era um homem bom demais, humilde e sincero”, disse. “Eu quero que ele pague pelo que fez. Não é apenas um acidente, é um crime”, cobrou Hamilton à TV Anhanguera.
Pai de vigilante fala sobre o último encontro com o filho
Dor da família
A família e os amigos se despediram do vigilante na tarde de segunda-feira (10), quando o corpo dele foi sepultado, em Goiânia. Diante da dor de perder o marido e o pai dos dois filhos do casal, Antônia cobrou justiça para que mais famílias não passem por essa perda.
“Isso é muito grave, eu sei que isso não é a primeira vez e não vai ser a última. Não pode ficar impune”, afirmou a mulher do vigilante.
O pai de Clenilton, João Lemes, que mora no Pará e veio para Goiânia para o velório do filho, falou sobre o último encontro com o vigilante há um mês. “Ele estava há 10 anos sem ir ao Pará, parece que estava adivinhando o nós não íamos nos ver mais”, desabafou João.
Antonio Netto, suspeito de atropelar e matar vigilante em rodovia de Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Acidente
Clenilton, de 39 anos, morreu após o motorista bater na traseira da motocicleta dele na GO-020, segundo a Polícia Militar. De acordo com os policiais, Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, dirigia um carro do modelo Mercedes-Benz C180 e fugiu do local sem prestar socorro.
O acidente ocorreu por volta das 5h40. De acordo com os policiais, o vigilante estava a caminho do trabalho quando foi atingido pelo carro. A Polícia Científica informou que ele teve politraumatismo com múltiplas lesões contusas.
Vigilante morre após ser atropelado em rodovia de Goiás
Divulgação/PM
Após a batida, a placa do carro saiu e ficou no local do acidente, o que ajudou a localizar o motorista, enquanto a placa da motocicleta ficou presa ao para-choque do carro.
A Polícia Militar afirmou que, após o acidente, o suspeito foi até a casa dele, localizada em um condomínio de luxo, deixou o carro e se escondeu em um galpão. Durante a abordagem dos policiais, Antonio Netto se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Clenilton Lemes Correia morreu após motorista de Mercedes bater contra moto dele e fugir, em Goiás
Divulgação/PM
Íntegra da nota da defesa do motorista
A defesa do Sr. Antônio Scelzi Netto, informa que diante da decretação da prisão preventiva em desfavor do nosso cliente, contrário a norma Processual Penal, foi impetrado ordem de Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e diante da análise criteriosa e estritamente legal, foi concedida a liminar requerida para revogar a prisão, impondo medidas cautelares diversas da prisão, suficientes para acautelar o resultado útil do processo.
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