5 de outubro de 2024

Velório de Roberto Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio, será no Palácio da Cidade

Carioca de 93 anos estava em cuidados paliativos e morreu nesta quinta-feira (3). Morre Roberto Saturnino Braga, aos 93 anos
O corpo do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Roberto Saturnino Braga, de 93 anos, será velado no Palácio da Cidade, na Rua São Clemente, em Botafogo, Zona Sul do Rio, nesta sexta-feira (4).
A cerimônia está prevista para começar às 10h e encerrar às 14h. O sepultamento será em seguida no Cemitério São João Batista.
Saturnino morreu nesta quinta-feira (3) aos 93 anos. Ele estava internado no Hospital Pró-Cardíaco em cuidados paliativos e morreu de doença pulmonar obstrutiva crônica, segundo informou ao g1 a filha, a psicóloga Maria Adélia Saturnino Braga.
Saturnino Braga era viúvo e, além de Maria Adélia, deixa mais dois filhos, Bruno e Antônio.
O bairro de Copacabana tinha lugar especial na vida do ex-prefeito, como contou em entrevista à série “Depoimentos Cariocas”, do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.
Torcedor do Botafogo, Roberto Saturnino Braga teve 23 livros publicados entre contos, memórias e a própria história como político. Em todas as obras, o cenário é a cidade do Rio de Janeiro.
“A minha rua de infância, de brincadeiras e lembrança maior era a Tonelero. Entre a Mascarenhas de Morais e República do Peru. Ali tem uma vilazinha onde a gente se expressava e brincava com os meninos e meninas. Aquele era o nosso pedaço de infância”, disse.
Política
Saturnino Braga
Reprodução/GloboNews
Roberto Saturnino Braga era filho do ex-deputado federal Francisco Saturnino Braga e neto do ex-deputado federal Ramiro Saturnino Braga.
Vindo de uma família de políticos, ele iniciou a carreira em 1963 como deputado federal. Em 1966, a sua candidatura à reeleição foi impugnada pela Ditadura Militar. Na década seguinte, filiou-se ao MDB e voltou a se candidatar e foi senador pelo Rio de Janeiro de 1975 a 1985.
“A política é a mais nobre das ocupações do ser humano porque é exatamente a ocupação em cuidar dos destinos de todos da coletividade da nação. Então é a ocupação, a meu juízo, mais nobre. É claro que acaba se transformando em coisa muito feia. Mas a atividade em si, a política, é atividade muito nobre. Não abriria a mão dela depois que entrei”, disse Saturnino em entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto em 2016.
Em 1986 foi eleito prefeito do Rio de Janeiro pelo PDT, o primeiro pelo voto direto na história da cidade com mais de 40% dos votos. Desentendimentos com Leonel Brizola o levaram a romper com o partido e se filiar ao PSB.
“Estou aqui, nesse entusiasmo dos companheiros, recebendo cumprimentos marcados por muita emoção, com orgulho mesmo. Sentimento de orgulho e humildade reconhecendo o valor desses companheiros que me ajudaram nessa vitória”, disse Saturnino na celebração da vitória nas urnas.
Durante o governo, o Banco Central proibiu a prefeitura de contrair novos empréstimos e Saturnino declarou a falência do município. Ele deixou o cargo em 1988.
Quatro anos depois, voltou à política como vereador na cidade do Rio. Atuou na Câmara Municipal até 1996, quando assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Niterói.
Em 1998, ele voltou ao Senado, onde encerrou a carreira política.

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