O prazo de inscrição termina no fim da noite desta segunda-feira (25). Nas redes sociais, a ex-deputada María Corina Machado afirmou que há uma manobra em marcha para impedir o registro de Corina Yoris. Na Venezuela, candidata da oposição denuncia que não consegue registro para eleição
A Venezuela tem nesta segunda-feira (25) um dia importante no calendário eleitoral. Termina à meia-noite o prazo de inscrições de candidatos à Presidência da República, e a candidata de oposição disse que não conseguiu se registrar.
A filósofa Corina Yoris, de 80 anos, candidata da oposição, apresentou a denúncia hoje em Caracas.
“Fizemos tudo que estava ao nosso alcance, mas o sistema não aceita o registro. Fomos pessoalmente solicitar um novo prazo. Mas, como a cidade está ocupada por militares, não pudemos chegar no Conselho Nacional Eleitoral”, conta ela.
Com um computador conectado à página do Conselho, assessores demonstravam a impossibilidade de fazer o registro.
“Meus direitos políticos estão intactos, não há nenhuma denúncia contra mim. Não posso ser inabilitada de maneira alguma. E também quero enfatizar que sou venezuelana e nascida em Caracas”, afirmou a candidata.
O prazo de inscrição termina no fim da noite desta segunda-feira (25). Nas redes sociais, a ex-deputada María Corina Machado afirmou que há uma manobra em marcha para impedir o registro de Corina Yoris.
María Corina Machado era a candidata da oposição até a última sexta-feira (22). Em 2023, María Corina recebeu 92% dos votos nas primárias da oposição. Mas, em janeiro de 2024, o Tribunal Supremo da Venezuela confirmou a suspensão dos direitos políticos dela por 15 anos.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado de Nicolás Maduro, pediu a prisão de María Corina Machado por traição à pátria. Maria Corina e outros opositores tinham ido à Organização dos Estados Americanos denunciar que o presidente buscava uma crise com a vizinha Guiana para esconder os problemas internos da Venezuela. Sem alternativas, Corina Machado indicou a professora Corina Yoris como substituta.
O presidente do CNE, Elvis Amoroso, afirma que os cidadãos estão livres para exercer seus direitos, desde que não tenham nenhuma restrição na Venezuela ou em outro país. Mas não explicou por que o sistema não aceita o registro da nova candidata da oposição.
Enquanto a oposição ainda busca registrar o nome de Corina Yoris, o atual presidente Nicolás Maduro foi confirmado como candidato da situação e teve a candidatura registrada com sucesso.
Maduro, que é presidente do país desde março de 2013, busca se reeleger para o terceiro mandato. Em 2018, Maduro foi eleito com 67% dos votos, quando menos da metade dos eleitores inscritos participaram. Eleições que ficaram marcadas por denúncias de fraude e de falta de transparência.
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