O assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministro Celso Amorim afirmou nesta quinta-feira (15) que o Brasil defende uma solução negociada para o impasse político na Venezuela, que se agravou há duas semanas após as eleições presidenciais.
O governo do atual presidente Nicolás Maduro afirma que o político foi reeleito nas urnas – mas ainda não divulgou as atas eleitorais de cada local de votação. A oposição, liderada pelo candidato Edmundo González, afirma que saiu vencedora do pleito e cobra a divulgação da totalidade dos dados.
Segundo Amorim, o Brasil defende que a solução para o impasse deve ser interna, sem interferência externa. E que o diálogo, “embora difícil”, precisa ser tentado.
“A posição do Brasil obedece a princípios muito importantes: a defesa da democracia, a não ingerência em assuntos internos e a resolução pacífica de controvérsias. Por isso, temos insistido na publicação de atas. Não sei se isso agrada ou não o presidente Maduro, mas nós nunca deixamos de insistir na publicação das atas”, disse Amorim.
“Como disse o painel de especialistas da ONU, a transparência é essencial para a credibilidade de qualquer processo eleitoral. A solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos e não imposta de fora. O que nós podemos fazer é ajudar nesse diálogo”, continuou.
“Os principais dilemas que temos no momento são a questão da transparência dos resultados e divergências sobre a atuação do Tribunal Supremo de Justiça. Todos os nossos interlocutores concordam que a prioridade é encontrar uma forma de pacificar o país,, que já sofreu com tanta instabilidade. Somos favoráveis à solução que venha do diálogo. É difícil, mas tem que ser tentada”, pontuou Amorim.