19 de setembro de 2024

Vereador de Ribeirão das Neves é preso suspeito de forjar roubo de carro após bater veículo da Câmara

Funcionário do parlamentar tentou ajudá-lo a acobertar a batida. Eles disseram à polícia que carro teria sido roubado por dois indivíduos em uma moto. Vereador de Ribeiro das Neves Léo de Areias (PL)
Reprodução/ Redes sociais
O vereador de Ribeirão das Neves Leandro Alves Rocha, 44 anos, mais conhecido como Léo de Areias (PL), e o funcionário dele, Leonardo Rocha Duarte, 32, foram presos em flagrante por suspeita de “crime de falsa comunicação de crime”, segundo o boletim de ocorrência (BO). Em outubro de 2023, o vereador também foi preso em flagrante por ter agredido a namorada.
De acordo com o (BO), a Polícia Militar de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi acionada, via 190, na última quinta-feira (28), para atender um chamado de roubo de carro.
Ainda segundo o BO, o motorista do carro relatou aos militares que teria sido “abordado por dois indivíduos que estavam em uma motocicleta”, e que o garupa, de posse de uma arma de fogo, “exigido que ele parasse o veículo e desembarcasse”.
Aos militares também foi informado que o carro “é locado e se encontra à disposição da Câmara Municipal de Ribeirão das Neves”, e o motorista, Leandro Alves Rocha, trabalha para vereador, que coincidentemente utilizava o carro na data da ocorrência.
Durante o atendimento da ocorrência, os policiais desconfiaram da situação, após divergência de versões sobre o possível roubo do veículo.
Enquanto o funcionário afirmou “que ligou para o vereador e este fez contato no local onde o roubo aconteceu”, o parlamentar, por sua vez, disse que “fez contato com a vítima no momento em que ela já se encontrava na residência dela”.
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‘Verdade dos fatos’
Sem conseguir explicar a contradição, o motorista decidiu então contar “a verdade dos fatos”. Confessou aos militares que o vereador havia se deslocado até a casa dele e pedido ajuda, uma vez já que tinha batido o carro em uma moto, e amassado na parte da frente.
“O vereador realizou uma proposta de simularem o roubo do veículo para que o fato não gerasse problema para o vereador, mas que ele precisava assumir que estava com o veículo”, diz o BO.
Por causa da divergência, o parlamentar e o funcionário foram “presos em flagrante por crime de falsa comunicação de crime”. Os dois foram conduzidos para o batalhão, onde assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência e se comprometeram a comparecer à Justiça esclarecimentos.
“…foram cientificados que a concordância não implica confissão de qualquer natureza, admissão de culpa ou anuência às declarações contidas no boletim de ocorrência e que o não comparecimento nas circunstancias ajustadas neste termo o sujeitarão à condução coercitiva e as demais medias legais”, completa o documento.
A Polícia Civil respondeu que “em relação ao fato ocorrido na noite de ontem (29), em Ribeirão das Neves, envolvendo dois homens, de 32 e 44 anos, informa que a Polícia Militar atendeu e registrou a ocorrência, sendo lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pela PMMG. Mais informações deverão ser solicitadas à Corporação”.
O vereador Leandro Alves Rocha disse à reportagem “que tudo será esclarecido”.
O g1 também procurou o partido do vereador e aguarda retorno.
Tapa no rosto
Em outubro de 2023, vereador de Ribeirão das Neves Leandro Alves Rocha chegou a ser preso em flagrante por suspeita de agredir a namorada, de 25 anos, no meio da rua.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima foi agredida com um tapa no rosto por se negar a ter relações sexuais com o político. A Polícia Civil então decidiu pedir uma medida protetiva contra ele.
A vítima relatou aos militares que, no momento que tentava sair do carro do namorado, recebeu um tapa e caiu no chão, machucando as mãos. Disse ainda que já havia sido agredida outras vezes pelo companheiro, com quem tinha relação há cerca de três anos. Mas ele foi solto pela Justiça.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou que o vereador chegou a ser levado ao Presídio Antônio Dutra Ladeira, mas a Justiça de Minas concedeu liberdade provisória em seguida.
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