5 de outubro de 2024

Viagem entre fotógrafo japonês e Ailton Krenak mostra como era a vida dos povos originários há 30 anos

Belo Horizonte recebe pela primeira vez a exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB-BH. Retrato da exposição Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak
Jô Andrade/g1
Das florestas do Amazonas até às cheias dos rios do Pará, o fotógrafo japonês Hiromi Nagakura conseguiu capturar sorrisos, formas de vida e belezas naturais de um Brasil originário pouco visto com tanta humanidade.
Belo Horizonte recebe pela primeira vez a exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB-BH. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser adquiridos pela internet.
Um conjunto de fotografias feitas Brasil à fora é uma possibilidade de se (re) pensar as reais necessidades do futuro presente. As imagens resgatadas por Nagakura foram feitas entre 1993 e 1998 na companhia do escritor mineiro, líder indígena e amigo pessoal Ailton Krenak.
Hiromi Nagakura e Ailton Krenak
Jô Andrade/g1
‘Descomplicar’
Enquanto se caminha por dentro da exposição é possível ouvir os sons da floresta. Segundo os próprios criadores, as fotografias sugerem que é possível viver com menos, se distanciando da vaidade das grandes metrópoles e respeitando todas as formas de vida.
A curadoria da exposição é do próprio escritor, em um trabalho conjunto com Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes. Para Ailton Krenak, a mostra não é apenas uma visão sobre as belezas da Floresta Amazônica, mas sim um convite para um olhar à vida plena.
As viagens passaram pelos estados do Acre, Roraima, Mato Grosso, Maranhão, São Paulo e Amazonas.
“Essas pessoas vivem seminuas, mas estão tão vestidas de dignidade que é de fazer inveja. Se o que importa mesmo é a vida, a gente devia ser mais simples. Descomplicar”, disse Ailton Krenak, ao g1.
Retrato da exposição Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak
Jô Andrade/g1
Amizade antiga
A aproximação entre Krenak e Nagakura começou numa conversa na sede da Aliança dos Povos da Floresta, em São Paulo, onde se conheceram. Em agosto de 1993 aconteceu o primeiro de muitos outros encontros que selou de vez o caminho de ambos.
Quando Nagakura chegou ao Brasil para mais uma de suas viagens, ainda não conhecia Ailton Krenak pessoalmente, apenas tinha visto seu discurso histórico na Assembleia Constituinte, que marcou gerações em novembro de 1987.
Após ter contato com as falas de Krenak, o fotógrafo se interessou pela história dos povos originários do Brasil.
Ailton Krenak e Hiromi Nagakura
Jô Andrade/g1
Temporada em BH
Trinta anos depois do encontro entre Krenak e Nagakura, as obras chegam a Belo Horizonte depois de temporadas no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, no CCBB Rio de Janeiro, onde foi vista por 361 mil visitantes e no CCBB Brasília. A mostra conta com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
“A exposição traz modos de vida dos povos da floresta. A simplicidade com que essas pessoas vivem, ao mesmo tempo com tanto esplendor e beleza, sugere que a gente podia viver de uma maneira mais simples. A gente não precisa de tanta coisa para que a vida seja bela”, afirmou o escritor.
Retrato da exposição Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak
Jô Andrade/g1
Vídeos mais vistos no g1 Minas:

Mais Notícias