31 de janeiro de 2025

VÍDEO: Filhotes de ‘pantera negra’ nascem em projeto de proteção animal no interior de SP


As panteras negras são onças-pintadas com pelagem escura causada por uma mutação genética. Os filhotes são um macho chamado Naveen e uma fêmea chamada Tiana. Filhotes de ‘pantera negra’ nascem em projeto de proteção animal no interior de SP
O projeto Selva Viva, em Taubaté, no interior de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira (31) que dois filhotes de ‘pantera negra’ nasceram no local. O nascimento é considerado raro, já que a espécie está em extinção.
Os filhotes são onças-pintadas negras, filhos da onça-pintada Suri e do ‘pantera negra’ Zulu – que também é uma onça-pintada, mas com coloração diferenciada – leia mais abaixo.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp
Suri e Zulu passaram a conviver juntos em março do ano passado, com o objetivo de procriar, como forma de perpetuar a espécie em cativeiro, diante da preocupação com a conservação das onças-pintadas.
▶️ O termo ‘pantera negra’, na realidade, não se refere a uma espécie. Segundo especialistas, é um termo usado para qualquer felino com uma alteração genética que provoca coloração melanística preta. No caso dos filhotes que nasceram em Taubaté e do pai deles, se tratam de onças-pintadas.
De acordo com o Selva Viva, os filhotes Naveen e Tiana nasceram no dia 11 de janeiro. Eles nasceram saudáveis, mas não conseguiram ser amamentados pela mãe e agora estão recebendo cuidados dos veterinários do projeto de proteção animal.
“A Suri é uma mãe de primeira viagem, ela deu à luz a esses filhotinhos, mas infelizmente ela não amamentou e cuidou. Tudo isso é monitorado. Nós esperamos até o limite de segurança pra vida desses filhotes, mas precisamos intervir e retirar por segurança”, afirmou Erika Ravazzi, veterinária do Projeto Selva Viva.
Os filhotes Naveen e Tiana com a mãe Suri
Reprodução/Selva Viva
Com isso, os veterinários do local estão responsáveis por alimentar os filhotes, em um trabalho de revezamento que acontece 24 horas por dia, já que a amamentação é feita em intervalos curtos de horas.
“É muito trabalhoso, são dois bebês que vieram pra gente com poucas horas de vida e isso é uma responsabilidade muito grande pra gente. Nos primeiros dias a gente amamentou de hora em hora, agora estamos amamentando a cada duas horas e monitorando tudo 24 horas por dia”, explicou Erika.
Os filhotes têm apenas 20 dias de vida e ainda não podem ser expostos ao público. Eles estão sendo tratados por uma equipe multidisciplinar, com calma, para que se desenvolvam bem.
Se tudo ocorrer dentro da normalidade, a expectativa é que a visitação aos filhotes seja liberada a partir do dia 20 de fevereiro, quando eles já terão completado cerca de 40 dias de vida.
A gestação da Suri foi considerada padrão, já que as onças costumam parir entre um e três filhotes. A gestação de um animal desse porte pode durar até 120 dias.
Maior felino da América do Sul, na fase adulta a onça-pintada pode pesar até 135 quilos.
Suri e Zulu, pais dos filhotes que nasceram no zoológico de Taubaté
Divulgação/Selva Viva
Suri e Zulu, pais de primeira viagem
Suri e Zulu, pais dos filhotes pantera negra, vivem em um espaço de cerca de 300 metros quadrados em Taubaté, no interior de São Paulo.
Suri é a anfitriã da casa. Nascida em novembro de 2021, na reserva de conservação Piracema, no Tocantins, ela completou três anos de vida recentemente. Com um mês de vida, ela foi encaminhada ao Projeto Selva Viva. Desde o fim de 2023, ela passou a receber visitantes do lado de fora do recinto onde vive.
Zulu, por sua vez, chegou ao Selva Viva em fevereiro de 2024. Apelidado de ‘pantera negra’, por ser uma onça com alteração genética que provoca coloração melanística preta, ele é mais velho que Suri: tem 5 anos e vivia na cidade de Mineiros, em Goiás.
Em entrevista ao g1, a veterinária responsável pelos animais, Érika Coli, explicou que o projeto segue o Plano de Conservação da Onça-Pintada e detalhou os cuidados tomados com os felinos no local.
“A gente tem uma área de maternidade, onde o público não vê. A alimentação delas é toda balanceada e cada refeição é diferente. Tem dia que elas comem frango, outro dia comem carne de porco, carne de vaca, peixes. Essa alimentação é pesada, a gente faz o controle de peso mensal das onças. Uma vez ao ano a gente faz um ‘check-up’ delas, onde a gente avalia os dentes, a pata, garra, entre outros”, explicou.
Zoológico do interior de SP recebe ‘pantera negra’ para reprodução com onça-pintada
Como Suri chegou primeiro ao local, Zulu teve que passar por um processo de adaptação que durou cerca de dois meses. No início, as onças foram se conhecendo.
“O primeiro passo [da adaptação do Zulu] foi a gente fazer a quarentena do animal. A gente fez todos os exames para ver como ele estava, fez adaptação no recinto. Depois deixamos os dois sentindo o cheiro um do outro, mas sem juntá-los, porque é um risco muito grande [delas se atacarem]. Ficamos em torno de 2 meses nesse processo de adaptação até juntar”, disse.
Atualmente, os dois são um casal: se lambem e brincam o dia todo. Zulu foi aceito por Suri e, tiveram os filhotes.
Após o nascimento, o filhote pode ficar entre 6 e 8 meses no Selva Viva, antes de ir para outro local do Plano de Conservação. Isso acontece porque, segundo a veterinária, na fase adulta os animais podem se envolver sendo mãe e filho ou pai e filha.
Zoológico do interior de SP recebe ‘pantera negra’ para reprodução com onça-pintada, espécie ameaçada de extinção
Divulgação/Selva Viva
Selva Viva
O Projeto Selva Viva faz tratamento e acolhimento de animais resgatados de cativeiro, em situação de maus-tratos e de apreensões da Polícia Ambiental. O zoológico conta com aracnídeos, mamíferos e répteis para exposição. Entre os animais estão lêmures, flamingos, jacaré-de-papo-amarelo e corujas.
Desde 2016 o espaço tem licença para funcionar como zoológico aberto ao público. O local só funciona aos fins de semana, porque nos outros dias atua com educação ambiental com escolas. De acordo com a administração, uma das frentes do projeto é a conscientização sobre animais silvestres.
O local funciona aos fins de semana e feriados, das 9h até às 17h. Os ingressos podem ser comprados no local. O endereço é Estrada Municipal do Barreiro, n° 7.659, no bairro São Gonçalo.
Nascimento de panteras negras em Taubaté
Conheça Suri, onça-pintada exposta ao público em zoológico de SP
Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina

Mais Notícias