O homem é dono da escola. O caso foi denunciado para a polícia nesta segunda-feira (10), depois que a mãe do garoto recebeu o vídeo pelas redes sociais de forma anônima. Menino de 4 anos é agredido por diretor em escola infantil em Duque de Caxias, no RJ
Os pais de um menino de 4 anos procuraram a Polícia Civil nesta segunda-feira (10) para denunciar um caso de agressão dentro de uma escola infantil de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No vídeo, o diretor foi flagrado sacudindo o garoto contra uma parede do Jardim Escola Arco Íris do Gramacho, no ano passado.
A mãe conta que o filho costumava chegar marcado em casa, chorava e pedia para não ir para a escola. Em abril do ano passado, a escola pediu que ele fosse transferido para outra unidade por conta do comportamento do menino, segundo a família.
As câmeras de segurança mostram que a criança estava com o rosto virado para a parede e era acolhido por uma professora. A educadora parece falar com alguém.
Nesse momento, um homem aparece e puxa o braço do menino com agressividade. O garoto cai, e ele suspende o corpo do menino com as duas mãos e o joga na parede.
Com o corpo preso na parede, o garoto é sacudido várias vezes e depois jogado no chão.
Embora o caso tenha sido ano passado, a mãe só teve ciência nesta segunda depois que um perfil fake a procurou nas redes sociais e enviou a filmagem. O agressor foi identificado como Ananias Nogueira, diretor e dono da unidade escolar, conhecido como Tio Nandi.
“Me deu uma crise de ansiedade, eu não conseguia chorar, eu só comecei a gritar muito no trabalho porque a gente não imagina que o nosso filho vai estar no colégio e vai estar passando por isso”, desabafa a mãe.
A mulher afirma que, por várias vezes, pediram para ela buscar o menino mais cedo.
“Todas as vezes que eles entravam em contato, eles sempre falavam: ‘ah, tem que vir buscar o seu filho agora, ele tá fazendo isso e aquilo!’. É uma revolta, passa mil coisas pela nossa cabeça, eu tentei manter a calma”, conta ela.
A mãe afirma que, ao pedir a transferência do menino, a escola sugeriu que ele voltasse “apenas quando estiver medicado e mais calmo” e que durante esse período ela poderia trancar a matrícula.
Ela diz que, na época, fez uma denúncia no Ministério Público por achar o afastamento injustificado.
A mãe conta que o filho foi diagnosticado com hiperatividade meses depois.
O que diz a escola
Em um primeiro contato, o diretor disse que se pronunciaria depois por questões de saúde. Horas depois, uma nota foi enviada pelo advogado Ivan Perazoli, que representa a instituição. Leia a íntegra:
“O Colégio Jardim Escola Arco Íris do Gramacho, por meio de sua Direção, vem a público manifestar repúdio às imagens que vêm sendo propagadas, a respeito da instituição.
Somos uma escola rígida, atenta, de ambiente familiar e religioso, de forma que alegações em sentido contrário, nos ferem de forma severa.
Há 27 anos, educamos crianças e jovens de nossa cidade e região. Assim sendo, reafirmamos nosso compromisso de que essa missão seja bem feita, bem como reiteramos nosso comprometimento em zelar pelo bem-estar e pela segurança de todos os nossos alunos, professores e tomar conhecimento sobre um suposto caso de agressão, por parte de um colaborador, a um aluno, adotou medidas necessárias, que resultaram no afastamento do referido colaborador.
A ocorrência está sendo investigada com o apoio do Conselho Tutelar. Desta forma, faz questão de ressaltar que não tolera todo e qualquer ato de violência, sendo essa questão de valor, assim como o acolhimento à vítima.
Informamos ainda que já foi instaurado processo para apuração e sanções disciplinares. A escola é contra quaisquer manifestações de violência física que envolva a comunidade discente, por parte de seus membros e/ou direcionadas a qualquer um deles. A escola reitera que qualquer tipo de violência é inaceitável, por se contrapor a valores fundamentais ensinados na própria escola.
Nossa escola é lugar de convívio saudável, diálogo, tolerância e coexistência pacífica entre pessoas das mais diversas orientações políticas, religiosas, de gênero, classe, raça e etnia, por isso não se furtará a adotar as ações cabíveis em relação a esse ou quaisquer outros episódios que representem risco à integridade física ou psicológica de membros de sua comunidade.”