18 de janeiro de 2025

VÍDEO: Meteoro é flagrado no céu do ES por câmeras de projeto de astronomia

Fenômeno foi registrado na noite de domingo (16) por uma câmera instalada pela ONG Exoss em Jardim Camburi, em Vitória. Meteoro é avistado no céu do Espírito Santo
Um meteoro foi visto no céu do Espírito Santo (veja vídeo acima) na noite de domingo (16) e as imagens foram capturadas por uma câmera de segurança em Vitória de uma ONG de monitoramento de meteoros.
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O registro aconteceu no céu às 19h15. Segundo levantamento do projeto Exoss (Exploring the Southern Sky), milhares de meteoros são avistados por ano no estado.
Lá de São Mateus, no Norte do estado, Átila Nunes foi quem conseguiu identificar o meteoro assim que ele apareceu.
Átila é servidor público, tem a astronomia como hobby, e faz parte do projeto. Ele avisou sobre o meteoro para o grupo, que conseguiu realizar a filmagem.
Foi uma das câmeras instaladas na varanda de um apartamento em Jardim Camburi pela administradora de empresas Luciana Fontes, voluntária do Exoss, que conseguiu filmar o meteoro. A voluntária realiza monitoramentos com astrônomos há 10 anos.
Segundo o astrônomo e coordenador geral do projeto, Marcelo De Cicco, a classificação científica exata do fenômeno no céu é de um bólido.
“Quando um meteoro aparece no céu, ele se encontra a 100 km de altura. Ele consegue ser visto em uma região em torno de 400 km. Como entre São Mateus e Vitória são quase 300 km, ele conseguiu ser visto dentro dessa região limite. Além disso, meteoro é todo evento luminoso, mas a intensidade de luminosidade dele é o que diferencia. O que foi visto foi um bólido porque ele é mais luminoso que um meteoro comum, mas não tão luminoso do que o planeta Vênus. Se ele fosse, seria chamado de fireball”, explicou o astrônomo.
Meteoro foi registrado por ONG que atua no Espírito Santo e em vários estados do país
Divulgação/Redes sociais
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) é filiada ao Exoss e de acordo com o coordenador do Gaturamo Observatório Astronômico (GOA) da universidade, Márcio Malacarne, fenômenos como meteoros podem ser vistos a olho nu, mas tudo depende das condições meteorológicas do dia.
“Meteoro é popularmente conhecido como estrelas cadentes. Só olhar para o céu e ter sorte. Nas cidades, devido a poluição luminosa, são mais difíceis do que no interior”, relatou Malacarne.
Câmera que fica no bairro Jardim Camburi, em Vitória, no Espírito Santo, conseguiu registrar meteoro
Luciana Fontes
Hábito de registrar fenômenos

Átila faz parte da ONG e tem o hábito de fazer registros de fenômenos. O servidor estava justamente se posicionando para fotografar a Via Láctea quando viu o meteoro.
” Fiz o registro quando estava montando meu tripé para astrofotografar. O céu estava limpo e eu estava registrando a Via Láctea. Imediatamente comuniquei ao Clube de Astronomia, mas não consegui fazer o registro. É questão de segundos e o aparecimento é imprevisível, não dá para prever quando um meteoro atinge a atmosfera. Nesses casos temos câmeras que ficam apontadas para o céu para captar as imagens. É a melhor maneira de registrar”, pontuou o servidor.
Sobre o projeto
O projeto Exoss (Exploring the Southern Sky), é uma organização colaborativa citizen science (ciência cidadã), sem fins lucrativos, que atua em conjunto com diversas instituições científicas, voltada para o estudo de meteoros e bólidos, suas origens, naturezas e caracterização de suas órbitas, unindo profissionais e amadores.
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Apenas no Espírito Santo, o projeto possui 6 câmeras, sendo duas em Guarapari, e quatro em Vitória. Além disso, quem participa do projeto também pode mandar registros e apontar relatos visuais, que podem ser checados pelas câmeras instaladas.
Em todo o país, são cerca de 13 estados, 56 associados (20 instituições), com 58 estações e 74 câmeras. Qualquer pessoa pode fazer parte da ONG, basta ter um computador simples disponível e investir R$ 500 nos equipamentos.
Fenômeno no céu
Átila é servidor público mas tem a astronomia como hobby e estava fotografando a Via Láctea quando avistou meteoro no Espírito Santo
Átila Nunes
Levantamentos da ONG conseguiram identificar que aproximadamente milhares de meteoros são avistados no estado anualmente.
Já os bólidos são um poucos mais difíceis de serem registrados, apenas cinco foram documentados em 2023, por exemplo.
Além disso, a localização das estações também ajuda na hora de captar as imagens dos fenômenos.
“Depende muito do local, se tem muita poluição luminosa cai drasticamente os registros. Uma estação no interior do estado pega mais que o dobro de meteoros que a capital. Acaba que os meteoros mais fraquinhos e menores, desaparecem no céu poluído de luz”, comentou Luciana.
Paixão que começou na infância
O grupo hoje possui cerca de cinco voluntários no estado que possuem telescópios e participam ativamente mandando registros no céu. Átila é um deles, e tira fotos com o celular e alimenta uma paixão que surgiu desde criança.
“Astronomia e astrofotografia é um hobby para mim, não é trabalho. Tenho um telescópio e gosto desde criança, costumava deitar na grama e olhar para o céu. Cerca de 90% das fotos são feitas pelo celular, são só configurações corretas, algumas eu uso lente ou telescópio, mas a maioria é só um celular e um tripé”, comentou Átila.
Via Láctea registrada da praia de Nova Viçosa, na Bahia
Átila Nunes
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