16 de janeiro de 2025

Vídeo mostra motorista de carro de luxo que matou vigilante atropelado em posto de combustíveis antes de acidente

Polícia diz que motorista passou por vários lugares antes do acidente. Testemunhas confirmam que ele ingeriu bebida alcóolica. Motorista que matou vigilante atropelado foi a posto de combustíveis antes do acidente
A Polícia Civil divulgou um vídeo que mostra Antônio Scelzi Netto, motorista de uma Mercedes-Benz C180 suspeito de atropelar e matar um vigilante, em Goiânia, em um posto de combustíveis antes do crime (veja acima). Ele passa ao fundo da filmagem usando uma camiseta preta. Testemunhas e um laudo do Instituto Médico Legal (IML) atestam que ele ingeriu bebidas alcoólicas.
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O motorista chegou a ser preso em flagrante no último domingo (9), horas depois do acidente, no Jardim Guanabara, mas já está em liberdade. Em nota, a defesa dele informou que foi concedida uma liminar para revogar a prisão, impondo apenas medidas cautelares diversas, e que “estará sempre à disposição da Polícia Civil e do Poder Judiciário para contribuir para a elucidação dos fatos” (leia a íntegra no fim desta reportagem).
Em entrevista coletiva, na quarta-feira (12), a delegada Ana Cláudia Stoffel informou que um amigo de Antônio, que estava com ele no momento do acidente, confirmou que o motorista tinha ingerido bebidas alcoólicas. A polícia já teve acesso também a câmeras de segurança dos lugares e as comandas dos pedidos feitos, que reforçam o fato.
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“Esse depoimento veio trazer todo o fluxo do dia do fato, onde o Antônio esteve, com quem ele esteve, quais os locais, a certeza de que ele passou a noite ingerindo bebida alcoólica. Isso veio reforçar tanto o laudo médico, como a possibilidade da gente determinar a embriaguez”, afirmou a delegada.
Motorista de carro de luxo suspeito de matar vigilante atropelado (camiseta preta) foi a posto de combustível antes de acidente, em Goiânia
Reprodução/Polícia Civil
Stoffel também explicou que está colhendo provas e aguardando o resultado da perícia para tentar traçar a dinâmica do acidente e, especialmente, o quão afetado pelo álcool o motorista estava. Em depoimento, Antônio confirmou que tinha ido a um pub, mas negou que tivesse bebido ou estivesse bêbado.
O vigilante Clenilton Lemes Correia foi atropelado e arrastado por mais de 200 metros, na GO-020, quando ia para o trabalho. A Polícia Científica informou que ele teve múltiplas lesões. Por conta da batida, a placa do carro se desprendeu e ficou na rodovia, o que ajudou a localizar o motorista, enquanto a placa da moto ficou presa ao para-choque do carro.
Antônia Araújo da Silva, esposa da vítima, pediu justiça ao marido. “A pessoa por irresponsabilidade tira a vida de um pai de família, não pode ficar impune”, lamentou em entrevista à TV Anhanguera.
Vários pubs
Antonio Netto, suspeito de atropelar e matar vigilante em rodovia de Goiânia
Reprodução/TV Anhanguera
A delegada Ana Cláudia Stoffel também informou que, com base no depoimento de testemunhas e outras evidências, como as comandas dos pedidos e câmeras de segurança, é possível afirmar que o motorista chegou ao primeiro bar por volta das 19h de sábado (8).
De lá, Antônio passou por outro bar e de lá seguiu para um posto de combustíveis próximo. Na sequência, visitou um pub e, por fim, parou para comer em uma lanchonete. O acidente aconteceu quando ele voltava para casa.
O amigo de Antônio disse em depoimento que estava muito bêbado e não viu o vigilante na pista antes da batida. Ele acredita que o motorista também não tenha percebido. Após a batida, o amigo afirma que pediu para que Antônio parasse o carro e voltasse para socorrer o vigilante, mas o rapaz não conseguiu, chorou muito e seguiu para casa.
Segundo a delegada, o amigo do motorista foi ouvido na condição de testemunha. Ao que tudo indica, ele fez tudo que pôde para tentar prestar socorro, mas dependia de Antônio para parar o carro e ajudar o vigilante. “Tudo indica que ele tentou de todas as formas”, enfatizou.
Vigilante foi encontrado vivo
Clenilton Lemes Correia morreu após motorista de Mercedes bater contra moto dele e fugir, em Goiás
Divulgação/PM
A delegada detalhou que o vigilante foi socorrido por outra pessoa que passava pela GO-020. Ele estava vivo e chegou a receber atendimento do Corpo de Bombeiros no local, mas não resistiu e morreu na rodovia. Stoffel reforça a importância de que se preste socorro logo após o acidente, para que as chances de que as vítimas sobrevivam sejam maiores.
“Essa pessoa que chegou logo após o fato esclarece que a vítima ficou no local, ela teve atendimento e ela ainda estava com vida. Então, é muito importante que, ocorrendo um acidente, a gente seja humano e preste esse atendimento que pode salvar vidas”, orienta.
Alta velocidade
Também de acordo com a delegada, uma outra testemunha afirma ter visto o carro de Antônio momentos antes do acidente trafegando em alta velocidade. Ela também conseguiu afirmar que a moto do vigilante estava com a iluminação em perfeitas condições.
“Nós também ouvimos outra testemunha importantíssima que relata que já tinha cruzado com o veículo momentos antes em velocidade alta, de aproximadamente 100 km/h. Isso veio a esclarecer muita coisa e vai ajudar muito na própria perícia, que é o que a gente aguarda agora”, afirmou.
Agora, a polícia aguarda o resultado dos laudos periciais para que seja feita uma reconstrução ainda mais detalhada de toda a dinâmica do acidente.
Vigilante morre após ser atropelado em rodovia de Goiás
Divulgação/PM
“Os policiais estão trabalhando tanto com câmeras, testemunhas, comandas, para que a gente possa informar o estado alcoólico que Antônio estava no momento, porque isso é de extrema importância para a tipificação do delito”, explicou a delegada.
Atualmente, Antônio é investigado por lesão corporal por causa do trânsito, com agravante e com possível reclusão de 5 a 8 anos. Mas nada impede que isso mude e passe a ser tratado como um caso de homicídio, por exemplo.
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