8 de janeiro de 2025

VÍDEO: PMs agridem motociclista rendido e mulher durante abordagem policial na Zona Norte de SP

A SSP informou que os policiais que participaram da ação já foram identificados e foi aberta uma investigação preliminar para apurar a conduta durante a abordagem. VÍDEO: PMs agridem motociclista e mulher durante abordagem policial na Zona Norte de SP
Um vídeo gravado por um morador na Zona Norte de São Paulo mostra mais um episódio de violência policial na capital.
Nas imagens, seis agentes da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) perseguem uma moto. O motociclista, que transportava uma mulher na garupa, para e um dos agentes se aproxima, avançando com a moto em direção ao veículo. Enquanto isso, outro agente começa a agredir o motociclista com socos.
A vítima cai no chão e continua sendo agredida com socos e chutes por três agentes. Um deles usa um cacetete contra o homem, mesmo já rendido. A mulher que estava na moto também é agredida com um cacetete.
LEIA MAIS:
SP acumula casos de violência policial recentes; no ano, mortes pela PM no estado aumentaram 46%
VÍDEO: PM é flagrado jogando homem em rio na Zona Sul de SP
PM que executou homem negro em frente a mercado foi reprovado em exame psicológico por descontrole emocional
Pai de jovem arremessado de ponte diz que filho não tem passagem pela polícia: ‘Queria a explicação do PM, o porquê fez isso
O g1 entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) para obter mais informações sobre o caso. A pasta informou que os “ocupantes desobedeceram à ordem de parada e tentaram fugir dos agentes da Rocam. Os policiais que participaram da ação já foram identificados e foi aberta uma investigação preliminar para apurar a conduta durante a abordagem”.
Violência policial em SP
PM é flagrado jogando homem de ponte em Carapicuíba, Grande SP
O caso é mais um em meio aos diversos de violência policial divulgados nos últimos meses. O mais recente foi de um policial militar que jogou um homem do alto de uma ponte no bairro Vila Clara, localizado na Zona Sul em São Paulo, na madrugada desta segunda-feira (2). Um vídeo flagrou o momento. (veja acima)
Pelas imagens, é possível ver um policial levantando uma moto que está no chão. Um segundo e um terceiro policial se aproximam. Depois, o primeiro PM encosta a moto perto da ponte. Um quarto policial chega segurando o homem pela camiseta azul, que seria o motociclista abordado. Ele se aproxima da beirada da ponte e joga o homem no rio.
De acordo com informações da Polícia Militar, os agentes seriam do 24º BPM de Diadema, na Grande São Paulo, e teriam perseguido a moto até a Zona Sul de São Paulo, na Cidade Ademar. O agente que arremessou o homem também é da Rocam.
Em novembro, Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi executado a tiros pelo policial militar Vinicius de Lima Britto em frente ao mercado Oxxo, no bairro Jardim Prudência, na Zona Sul. O jovem é acusado de furtar quatro pacotes de sabão.
Jovem negro de 26 anos é executado por policial militar de folga em mercado de SP
O que dizem as autoridades
Sobre esse episódio e as imagens de outro caso que mostram um PM atirando pelas costas e matando um jovem, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que o policial militar que “atira pelas costas” ou “chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte” não está à altura de usar farda.
Ele afirmou ainda que o policial “está na rua pra enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras” e que os casos serão “investigados e rigorosamente punidos”.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, também criticou a ação da polícia e prometeu “punição severa”.
A Corregedoria da Polícia Militar informou que afastou das ruas treze policiais envolvidos direta ou indiretamente no episódio. À TV Globo, o ouvidor das polícias, Cláudio Silva, classificou o episódio de “algo muito grave e sem qualquer fundamento, nenhuma legalidade”.
“É mais um daqueles e daquelas que ainda acham que a injustiça vai prevalecer. Há uma crença hoje na polícia de São Paulo de que os policiais poderão praticar qualquer atrocidade ou anormalidade por serem policiais e isso vai ficar por isso mesmo. A gente precisa mudar essa perspectiva porque senão os casos graves vão continuar ocorrendo e, talvez, a tendência seja até piorar”, disse.

Mais Notícias