1 de fevereiro de 2025

Vídeos mostram quando servidora pública que morreu após procedimento estético chega à clínica e quando sai em maca


Danielle Mendes morreu depois de sofrer uma reação alérgica a hialuronidase. Dona de clínica foi indiciada por homicídio. Imagens mostram servidora chegando a clínica de estética e saindo de maca
Um vídeo mostra quando a servidora pública que morreu após realizar um procedimento estético chega à clínica e quando ela sai de maca (assista acima). Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro sofreu uma reação alérgica depois de aplicar um produto manipulado no rosto. A dona da clínica foi indiciada por homicídio simples por dolo eventual, que é uma morte causada sem violência em que o autor assume o risco de matar.
✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp
Danielle Mendes morreu em 1º de dezembro de 2024. O g1 fez contato com a defesa da dona da clínica na sexta-feira (31) e foi informado que uma nota será divulgada na segunda-feira (3).
Anteriormente, a defesa da empresária negou as afirmações feitas pela polícia de que ela não teria formação para realizar o procedimento, e de que usou na vítima um produto proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro morreu após passar por um procedimento estético no rosto, em Goiânia
Reprodução/Redes Sociais
As imagens mostram a servidora pública chegando no corredor que dá acesso à clínica. Com o celular na mão, ela olha para os lados antes de seguir em direção à porta do estabelecimento.
Em seguida, as imagens registraram Danielle numa maca, sendo carregada por cinco socorristas do Corpo de Bombeiros e do Serviço Móvel de Urgência (Samu).
Danielle morreu no hospital, um dia após realizar a aplicação do produto. De acordo com a delegada Débora Melo, a servidora recebeu hialuronidase abaixo dos olhos.
O produto é um tipo de enzima, produzida de forma manipulada. Seu uso em procedimentos estéticos não é autorizado pela Anvisa, de acordo com a polícia.
“[A hialuronidase] é uma substância que serve para retirar um preenchimento anterior. É um produto manipulado que foi utilizado na paciente que morreu e isso é contra as determinações da Anvisa”, explicou Débora Melo.
LEIA TAMBÉM:
SEGUE PRESA: Dona de clínica é indiciada por morte de servidora pública após procedimento no rosto em Goiânia
DANIELLE: Mulher que morreu após procedimentos estético era servidora da prefeitura e deixa dois filhos
HIALURONIDASE MANIPULADA: Produto usado no rosto de servidora pública não é autorizado pela Anvisa, diz polícia
Sobre o caso
A delegada Débora Melo relatou que Danielle Mendes chegou à clínica por volta das 9h da manhã do dia 30 de novembro para realizar uma avaliação. As investigações apontaram que Danielle foi convencida pela dona da clínica a realizar o procedimento.
De acordo com a Polícia Civil, a servidora pública sofreu um choque anafilático e teve uma parada cardiorrespiratória no local. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), mas teve morte cerebral no dia seguinte, informou a PC.
Débora destacou que a clínica não possuía os equipamentos básicos de atendimento em casos de uma reação alérgica grave.
“Para o caso de uma parada cardiorrespiratória é necessário que haja um desfibrilador e não havia um desfibrilador normal. Trabalhamos com esses eventos adversos na área da estética, e esse caso nos mostra que até mesmo os procedimentos mais simples trazem esse risco tremendo”, acrescentou Débora Melo.
Servidora que morreu após procedimento estético chegandp à clinica e saindo de maca
Divulgação/Polícia Civil
Indiciamento
A dona da clínica foi presa no dia 2 de dezembro, um dia após a morte de Danielle. A clínica, que fica no Parque Lozandes, foi interditada depois que foram encontradas irregularidades no local, como medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar e itens cirúrgicos sem esterilização.
Na época, a polícia informou que a empresária não havia sido detida pela morte da servidora, pois a investigação estava em andamento. A prisão foi determinada por outros três crimes: execução de serviço de alta periculosidade, exercício ilegal da medicina e oferta de produto ou serviço impróprio ao consumo.
A mulher continua presa. Além do crime de homicídio simples por dolo eventual, ela também deve responder por crimes contra as relações de consumo e contra a saúde pública e por fraude processual qualificada.
📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.
VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

Mais Notícias