4 de janeiro de 2025

Vídeos mostram trilha pouco tempo antes de formação de cabeça d’água que quase arrastou turistas na Chapada dos Veadeiros


Grupo era de cinco pessoas, e uma delas contou: ‘foi horrível, vi a morte de pertinho’. Pousada não teria alertado sobre risco de cabeça d’água no local. Vídeos mostram trilha antes de formação de cabeça d’água que quase arrastou turistas
Vídeos mostram a trilha totalmente seca minutos antes da formação de uma cabeça d’água que quase arrastou turistas na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, no nordeste goiano. A servidora pública Lana Guedes, de 43 anos, contou que estava com a filha, Ryla Stepka, 16 anos, com o pai da adolescente, o americano Ryan Stepka, e um casal de amigos, quando foram surpreendidas pela inundação da trilha (veja vídeo acima).
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Segundo a servidora pública, a filha filmou o local antes e durante um passeio até um mirante na serra, na segunda-feira (30). Ela acrescentou que o incidente que quase terminou em tragédia ocorreu quando eles retornavam pela mesma trilha.
Lana destacou que a pousada onde os cinco estavam hospedados apenas alertou para que eles não entrassem nas cachoeiras. A turista salientou que ao retornarem para a pousada e o grupo relatar o caso para a administração, a pessoal não acreditou.
“Eles não deram muito crédito pra gente, não. ‘Como que a trilha tinha alagado. Como que aquilo tinha acontecido’. Quando mostramos os vídeos, que eles acreditaram e somente após ver os vídeos”, contou a servidora pública.
O g1 entrou em contato com a pousada citada pela turista, para que pudesse se manifestar sobre o assunto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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Os vídeos enviados por Lana mostram quando o grupo passeia pela trilha com poucas poças d’água pelo caminho. Mas, logo em seguida, no retorno deles pela trilha, é possível ver a água subindo e alagando todo o trajeto. Conforme ela, a gravação entre o primeiro momento e a formação d’água foi de cerca de uma hora.
A amiga da servidora, a vendedora Regiane Maria Gontijo, de 45 anos, relatou que conhece a região e fez algumas trilhas na Chapada dos Veadeiros, como Vale da Lua, Cachoeira do Segredo, Mirante da Janela. No entanto, ela lembra que os responsáveis sempre avisam se tem risco, o que não ocorreu neste último passeio.
Lana ressaltou que Regiane foi a que mais enfrentou apuros durante a correnteza que quase arrastou todo o grupo, que precisou se auxiliar para evitar uma tragédia.
“Foi horrível, vi a morte de pertinho. Ainda caí na água, mas consegui me segurar no americano que estava com a gente e foi o nosso heroi. Só machuquei o pé, mas estou bem”, disse Regiane.
Para evitar que isso ocorra com outras pessoas, a vendedora pede que os administradores de estabelecimentos na região “não deixem o turista descer na trilha se existe risco de cabeça d’ água”.
Trilha antes e depois de cabeça d’água, em Alto Paraíso de Goiás
Arquivo pessoal/Lana Guedes
Chuva e formação de cabeça d’água
Ao g1, o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, explicou que a região da Chapada dos Veadeiros registrou fortes chuvas na segunda-feira. De acordo com ele, foram cerca de 56 milímetros de precipitação registrada no local.
Amorim mencionou que, em áreas rurais e turísticas, esse índice de chuva pode ter sido ainda maior. Para o metodologista, esse alto volume de chuvas favorece a formação de cabeças d’água, especialmente em regiões como a Chapada dos Veadeiros, onde há cursos d’água intermitentes, que se tornam ativos apenas temporariamente.
O gerente do Cimehgo esclarece que na verdade o grupo não passava por uma trilha, mas por um local de água.
“Quando você está no período seco ou de pouca chuva, fica seco, fica tranquilo e, de repente, quando vem essas chuvas volumosas a montante do ponto que eles estavam, rapidamente o curso da água enche novamente”, continuou André.
Turistas antes de quase serem arrastados por cabeça d’água na Chapada dos Veadeiros
Arquivo pessoal
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