1 de janeiro de 2025

Vilões da vida marinha, redes e petrechos de pesca descartados viram utensílios de cozinha; VÍDEO

Material descartado incorretamente por pescadores é uma das maiores ameaças aos animais marinhos. Itens são derretidos e remoldados em formato de espátulas, pegadores e colheres. Projeto transforma redes e apetrechos de pesca em utensílios de cozinha
Um projeto da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, trouxe uma nova utilidade para uma das maiores ameaças à vida marinha: os apetrechos e redes de pesca descartados incorretamente por pescadores. A iniciativa do Instituto Gremar transforma esse material em utensílios de cozinha, como espátulas, pegadores e colheres.
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Segundo a bióloga do Gremar, Carolina Ortega, em 2023 um a cada dez animais marinhos deram entrada mortos ou feridos no instituto devido a algum tipo de interação com materiais de pesca, principalmente aqueles que são perdidos ou descartados no mar — a conhecida pesca fantasma.
Como as redes de pesca são grandes e pesadas, Carolina explicou que a outra alternativa usada pelos pescadores para se livrar do material é queimá-lo, mas a ação produz um efeito ruim para o meio ambiente, comprometendo o ar e, consequentemente, a vida animal e humana.
A ação ‘Vamos Desenredar?’ recolhe os materiais com os pescadores e os levam à uma empresa especializada. Os profissionais limpam as redes e, sob altas temperaturas, conseguem moldá-las e transformá-las em utensílios de cozinha.
Projeto transforma redes e apetrechos de pesca em utensílios de cozinha
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As imagens acima mostram as redes e petrechos de pesca sendo entregues por pescadores e o material depois da transformação, quando são devolvidos pelos profissionais do Instituto Gremar em formato de utensílios de cozinha (assista acima).
Além da reciclagem, a bióloga afirmou que a iniciativa também tem como objetivo sensibilizar os pescadores sobre os prejuízos que o descarte incorreto pode causar no meio ambiente. Esta iniciativa, inclusive, pode diminuir a taxa de mortalidade dos animais marinhos.
“A gente consegue gerar novos produtos a partir de um antigo. A rede não precisa ser queimada [ou jogada no mar] para sumir. Ela pode ser transformada em outras coisas”, afirmou Carolina.
Pescadores entregam materiais de pesca voluntariamente ao projeto ‘Vamos Desenredar?’
Divulgação/Instituto Gremar
Em 2023, foram recolhidos 560 kg de redes de pescas e cordas, além de 160 unidades de boias de isopor. Não há informações, porém, sobre quantos utensílios podem ser feitos com esta quantidade de material.
A instituição promove caravanas ao decorrer do ano. Mas, os pescadores que tiverem interesse em descartar os apetrechos de pesca corretamente devem procurar os coletores instalados nas praias da Baixada Santista ou entrar em contato com o Instituto Gremar por meio do telefone: (13) 3395-7000.
Material de pesca é uma das maiores ameaças aos animais marinhos
Divulgação/Instituto Gremar
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