Pesquisadores afirmam que a ideia é promissora e que diversidade tende a ganhar cada vez mais espaço na agricultura. Produtor de Cambé inova ao juntar as duas culturas
RPC
O engenheiro agrônomo, Célio Roberto Leite, de Cambé, norte do estado, inovou ao propor a criação de um vinho com aroma de café.
Ele revelou que soube que as uvas cultivadas após a erradicação do grão poderiam resultar em um vinho com aroma característico do café, o que chamou a atenção dele.
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Na propriedade em que é dono, a uva niágara foi plantada em 2020, e até agora, já foram duas colheitas. Em 2021, o produtor introduziu o café arábica, que começou a gerar produção no ano passado.
Célio ressalta que ainda é cedo para realizar comparações entre as culturas cultivadas de forma separada.
“Para o café é bem conhecida essa necessidade de ter um pouco de sombreamento e isso deu certo. Vai manter uma altura aqui no céu do café, abaixo do céu da uva”, conta o agrônomo.
Na propriedade ainda existe uma terceira espécie que está colaborando para o casamento entre a uva e o café: o amendoim forrageiro, responsável pela cobertura do solo. Ele ajuda a fornecer nutrientes, diminui a incidência de raios solares e garante a proliferação de mais micro-organismos.
No caso de Célio, é uma experiência ainda sem pretensões de renda. Ele distribui a produção entre amigos, colegas e clientes da empresa em que é dono.
“A ideia é passar isso adiante, de repente mostrar que isso é uma opção de cultivo para o pequeno produtor, que poderia sobreviver com uma pequena área fazendo café gourmet ou especial, e tendo até duas colheitas de uva no ano”, explica Célio.
Ademir Calegari, pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, estuda o manejo do solo e os sistemas de produção.
Segundo ele a diversidade tende a ganhar cada vez mais espaço na agricultura.
“Esse exemplo mostra que é possível mais uma alternativa em menores áreas, de forma sustentável, regenerativa, usando plantas e ativos biológicos para diminuir pragas” afirma o pesquisador.
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