15 de novembro de 2024

Vinícolas da região de Curitiba ampliam catálogo e apostam em vinhos finos

Produção de vinhos coloniais é tradição na região. Nova oferta tem como objetivo ganhar maior reconhecimento. Produtores de Colombo investem em vinhos finos
A região metropolitana de Curitiba tem uma tradição no cultivo e produção de uvas, vinhos e derivados – especialmente dos vinhos de mesa ou coloniais. Agora, vinícolas locais querem ampliar o catálogo também com vinhos finos.
Uma vinícola em Colombo, por exemplo, que produz desde os anos 1960, há alguns anos, investiu em vinhos feitos com uvas de variedades europeias, plantadas em regiões do Brasil onde a cultura se adaptou melhor.
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A decisão já rende bons frutos: o vinho considerado a estrela da companhia é feito desde a safra de 2005.
A uva é colhida na região de Dois Lajeados, no Rio Grande do Sul. A bebida já foi eleita duas vezes em concursos nacionais como o melhor cabernet sauvignon do Brasil. Um dos espumantes da vinícola também foi premiado como o melhor do país.
“É uma região que tem uma história muito tradicional do vinho de mesa, mas onde, aos poucos, os vinhos finos estão ganhando força, importância e reconhecimento a nível nacional”, diz o sommelier João Trautmann.
Vinícolas da região de Curitiba ampliam catálogo e apostam em vinhos finos
Caminhos do Campo/RPC
Malbec, pinot noir, carmenère e merlot são outras variedades típicas do “velho mundo” usadas na produção de vinhos finos no Brasil. Aqui ou fora do país, as bebidas nacionais dessas uvas costumam demorar mais para chegar às taças: exigem doses extras de tempo, paciência, estudo e planejamento.
É a poda de um parreiral de merlot, aliás, que tem ocupado boa parte do tempo de Dirceu Rausis, dono da vinícola. A terceira safra da nova aposta da casa deve brotar logo, para ser colhida em fevereiro do próximo ano. Mas, antes, será preciso cumprir um ritual minucioso ensinado pelo pai.
“Na época em que ela começa a sair os brotinhos, a única coisa que eu escolho mesmo, para valer, é a lua minguante. Aí eu venho e corto ela bem retinho para sair um brotinho só. [Saem] menos cachos e, assim, a uva vem com melhor qualidade”, explica.
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As duas primeiras safras da “merlot de Colombo” funcionaram como tentativas. Um vinho comercialmente viável ainda leva tempo. Mas o veterano, que já experimentou vários desafios, decidiu encarar mais um.
“Eu, no começo, relutei contra a produção de vinho fino, mas os filhos foram me convencendo e a realidade foi me dizendo que tem que ter tudo quanto é tipo de vinho aqui na vinícola. Se quiser aparecer no mundo do vinho, tem que ter todo tipo de vinho, inclusive, os finos”, finaliza.
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