20 de setembro de 2024

Vinte dias depois, passageiro de Juiz de Fora ferido no sequestro de ônibus no Rio se recupera de cortes no pescoço e aguarda assistência das empresas de transporte

Carlos Felipe Sanglard Torres chegou a dar entrada no CTI da Casa de Saúde São José e teve que fazer cirurgia para retirada dos estilhaços. O outro passageiro ferido segue internado. Carlos Felipe Sanglard Torres foi ferido no pescoço por estilhaços do ônibus sequestrado no Rio
Evandro Carvalho/TV Integração
No pescoço, a marca da cirurgia que o aposentado Carlos Felipe Sanglard Torres, de 67 anos, fez no dia 13 de março, depois de ser uma das vítimas feridas durante o sequestro ao ônibus que saia da Rodoviária do Rio de Janeiro com destino à Juiz de Fora.
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O caso completa 20 dias nesta terça-feira (2), e o passageiro ainda se recupera do procedimento que realizou para retirar fragmentos de vidro que o atingiram após o tiro dado por Paulo Sérgio de Lima.
Os estilhaços acertaram o pescoço e o rosto de Carlos Felipe, que relembra do momento de pânico vivido:
“A gente teve que sair do ônibus, porque o ônibus quebrou e tava muito quente no segundo andar. A gente foi para o lado de fora num grupo de pessoas, inclusive o Bruno [Bruno Lima da Costa] que foi baleado quando tava de frente para mim. De repente, a gente escutou o barulho e começou a correria. Olhei para trás, vi marca de tiro e a gente foi correndo para trás do ônibus. Acredito que alguém me informou que eu tava ferido, sangrando bastante”, relembra.
O aposentado diz que foi de táxi até a Casa de Saúde São José (RJ), onde ficou durante dois dias:
“Cheguei [na unidade de saúde] no dia 12 por volta de 17h, fui para o CTI, fui prontamente atendido e dali fiquei em observação. Foi feita tomografia que detectou dois pedaços de vidro a praticamente 2 centímetros de profundidade e tive que aguardar vaga para a internação, porque não tinha vaga. Consegui internação já na madrugada do dia 13 e tive alta no dia 14.”
Mesmo ainda não totalmente restabelecido, ele celebra o fato de estar em casa. “Agora é só aguardar. Está desinflamando um pouco, mas estou bem”.
Carlos Felipe Sanglard Torres diz que área atingida pelos estilhaços ainda está inflamada
Evandro Carvalho/TV Integração
Passageiro aguarda assistência das empresas
O aposentado ainda espera por respostas da empresa de ônibus e da responsável pela venda das passagens. Ele foi uma das 43 pessoas que compraram a passagem de 14h30 daquele dia 12 de março do Rio para Juiz de Fora, depois de adquirir o bilhete por meio de um aplicativo da ClickBus, que vende passagens de diferentes empresas.
Com o seguro e a taxa de serviço, o preço total foi de R$ 77,74. Carlos conta que, durante a compra, não recebeu informações sobre o que o “seguro” cobriria.
Polícia do Rio prende sequestrador que feriu 2 pessoas e fez 16 reféns em ônibus na rodoviária
Jornal Nacional/ Reprodução
Depois do incidente, fez contato com o aplicativo por onde ele adquiriu o bilhete e também com a empresa de ônibus:
“Eu entrei em contato com a empresa, e ela entrou em contato com a seguradora. A seguradora ligou, disse que a princípio pagaria psicólogo e estornaria o valor da passagem, só que depois não entregou mais em contato, a própria empresa do aplicativo voltou a fazer contato e pediu pra eu separar os comprovantes que teria para passar”, explica.
“Com a Útil mandei um e-mail, mas não responderam nada não (…) O mínimo seria o ressarcimento da despesa que eu tive”.
Em resposta à TV Integração, a Util disse que vai fazer contato com passageiro. Já a ClickBus informou que providenciará reembolso.
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Para piorar a situação, depois do sequestro, quando retornava para Juiz de Fora, ele teve outro imprevisto na viagem.
“A única viagem de ônibus que eu fiz depois foi para voltar para Juiz de Fora. E o ônibus acabou quebrando, deixando a gente a pé no alto da Serra de Petrópolis. Eu tive que pegar um transporte por aplicativo lá com mais dois passageiros para poder chegar em casa. De tudo isso, o que eu tirei de lição foi que cabe a mim não viajar mais com a empresa”, diz revoltado.
Estado de saúde do outro passageiro ferido
Além de Carlos, o outro ferido foi Bruno Lima da Costa, de 34 anos, baleado no tórax e no abdômen. No dia do ocorrido, ele foi levado inicialmente para o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio.
Bruno Lima de Costa Soares foi baleado durante sequestro em ônibus no RJ
g1
Horas depois, foi transferido para o Instituto Nacional de Cardiologia (INC) e, de lá, transferido novamente para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Samaritano, em Botafogo.
Conforme a assessoria de comunicação no hospital, Bruno tem apresentado boa evolução clínica, interage e já se alimenta sentado em poltrona. Ele permanece em monitorização contínua na Unidade Semi Intensiva da instituição, passa por intensas sessões de fisioterapia e seu estado de saúde segue estável.
Aposentado de Juiz de Fora que estava em ônibus sequestrado no Rio se recupera em casa
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