8 de fevereiro de 2025

Violência sexual infantil no Haiti cresceu 1.000% em 2024, alerta Unicef


Outra calamidade vivida no país é o recrutamento de crianças pelas gangues que aterrorizam a capital, Porto Príncipe: ‘Hoje, até metade de todos os membros de grupos armados são crianças, algumas com apenas oito anos de idade’. Violência de gangues tem vitimado muitas crianças no Haiti
REUTERS/Ralph Tedy Erol
Os números de casos de violência sexual contra crianças no Haiti foi 10 vezes maior em 2024 do que em 2023, segundo a agência da ONU para a infância (Unicef).
O alerta foi dado nesta sexta-feira (7), a repórteres em Genebra, pelo porta-voz do Unicef, James Elder, que afirmou que esse crescimento imenso ocorre em meio a um cenário de violência de gangues, que controlam 85% da capital do país, Porto Príncipe.
“Houve um aumento impressionante de 1.000% na violência sexual contra crianças no Haiti. Transformou seus corpos em campos de batalha. Grupos armados infligem horrores inimagináveis às crianças”, disse o porta-voz do Unicef, James Elder, a repórteres em Genebra.
Além dos casos de violência, outra calamidade vivida no país agora é o recrutamento de crianças por essas gangues que aterrorizam a capital e que as autoridades, mesmo com o apoio de uma força policial em grande parte queniana e da comunidade internacional, não conseguiram conter.
Somente em 2024, “o recrutamento de crianças para grupos armados aumentou em 70%. Hoje, até metade de todos os membros de grupos armados são crianças, algumas com apenas oito anos de idade”. Muitas são sequestradas à força. Outras são manipuladas ou levadas pela pobreza extrema. É um ciclo mortal: as crianças são recrutadas por grupos que alimentam seu próprio sofrimento”, afirmou.
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REUTERS/Ralph Tedy Erol
Nesta quinta-feira (6), o secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, concordou com a revogação do congelamento da ajuda dos Estados Unidos à missão de segurança da ONU no Haiti e deu sinal verde para a doação de US$ 40,7 milhões – o equivalente a R$ 235 milhões – em assistência à Polícia Nacional Haitiana e à missão multinacional.
“Infelizmente, hoje, grande parte desse território é controlada por gangues, gangues bem armadas e perigosas, e é preciso lidar com isso. O primeiro objetivo é pacificar. Neste momento, a única opção é a missão que existe e continuaremos a apoiá-la, mas temos que entender que essa missão precisa se expandir”, disse Rubio durante uma declaração conjunta com o presidente dominicano, Luis Abinader, em sua visita à República Dominicana, vizinha do Haiti.
Rubio também disse ter conversado com William Ruto, presidente do Quênia, país que lidera as forças multinacionais enviadas ao Haiti.

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