4 de janeiro de 2025

Vitória eleitoral de Putin divide comunidade internacional

De um lado, algumas das principais democracias do Ocidente. Do outro, a Rússia e aliados de longa data, como China, Índia, Irã e Coreia do Norte. Vitória de Putin divide comunidade internacional
A vitória eleitoral de Vladimir Putin dividiu a comunidade internacional.
De um lado, algumas das principais democracias do Ocidente. Do outro, a Rússia e aliados de longa data. O presidente da China, Xi Jinping, criticado por perseguir a oposição e por violar direitos humanos, parabenizou Vladimir Putin. Disse que a reeleição dele mostra o apoio pleno do povo russo e defendeu uma nova era entre os dois países.
O primeiro ministro da Índia, Narendra Modi, deu felicitações calorosas a Putin e declarou que quer fortalecer a parceria estratégica e especial com a Rússia. O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, comemorou o que chamou de vitória decisiva. E o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, falou em amizade histórica; disse que vai dar as mãos ao líder russo.
Na América Latina, Cuba, Bolívia e Venezuela também celebraram a vitória do presidente eleito pela quinta vez.
“Meus parabéns ao povo irmão da Rússia e ao presidente Vladimir Putin por sua vitória extraordinária. Foi um processo eleitoral impecável”, disse o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, também acusado de prender opositores.
Do outro lado, países europeus denunciaram o processo eleitoral da Rússia.
“Foi uma eleição sem escolha”, disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.
O Ministério das Relações Exteriores da França declarou que as condições para uma eleição livre e democrática não existiram.
Na Ucrânia, país invadido pela Rússia há dois anos, o presidente Volodymyr Zelensky disse que Putin ficou doente pelo poder e está fazendo de tudo para governar para sempre.
Putin vence eleição na Rússia e se manterá no poder até 2030
A Casa Branca também afirmou que não teve nada de livre ou justo na eleição porque Vladimir Putin prendeu oponentes políticos, e muitos morreram de forma trágica. Mas o governo americano reconheceu que Putin é o presidente da Rússia e que os Estados Unidos vão ter que lidar com essa realidade enquanto Putin leva adiante a guerra contra a Ucrânia.
O diretor do Centro de Estudos sobre a Rússia da Universidade de Nova York, Joshua Tucker, acredita que a vitória pode dar a Putin respaldo para ser ainda mais violento.
“Putin podia estar adiando mais ações incendiárias, como ameaçar atacar outros países ou usar armas nucleares por causa da eleição. E isso pode ter um impacto no resto do mundo”, avalia o professor.
Em entrevista ao Jornal Nacional, o pesquisador explicou que, historicamente, regimes autoritários anunciam políticas impopulares depois de uma vitória eleitoral, porque o novo mandato já está garantido.
Analistas acreditam que essas políticas podem incluir mais convocação de reservistas para lutar na Ucrânia e que, no quinto mandato, Putin pode transformar a Rússia em uma sociedade mais militarizada. Mas o pesquisador lembrou:
“É muito difícil saber o que Putin está pensando”.
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