De 1º a 11 de novembro, oito agentes foram baleados na Grande Belém, segundo a Secretaria de Segurança Publica do estado. Dos 5 que morreram, quatro são policiais militares e um era militar da aeronáutica; casos são investigados. Os policiais Alberto de Souza da Silva, Wesclei Silva Souza e Manoel Valdomiro Martins Cardoso foram mortos em novembro, em Belém
Reprodução/ TV Liberal
Belém enfrenta uma crise na segurança pública desde o começo deste mês de novembro. Até segunda-feira (11), ao menos oito agentes foram baleados, sendo que cinco deles morreram. Dos oito ataques a tiros, sete deles ocorreram na capital, Belém, e um no município de Marituba.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará (Segup), dos cinco agentes mortos, de 1º a 11 de novembro, quatro são policiais militares – o dobro do registrado no mesmo período em 2023. A outra morte foi de um militar da aeronáutica.
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O último crime ocorreu na noite de domingo (10), no bairro da Sacramenta, em Belém. O sargento Manoel Valdomiro Martins Cardoso estava de folga em um bar, quando foi atingido por vários tiros.
Imagens de câmeras de segurança registaram o momento em que o assassino, com uma camisa de motociclista por aplicativo, se aproximou, parou perto do bar, atirou contra o policial e depois fugiu acompanhado de um comparsa – veja no vídeo abaixo.
PM é morto a tiros no bairro Sacramenta na noite de domingo (11)
Todos os casos ainda estão sob investigação. A Secretaria de Segurança Pública diz que intensificou ações policiais nos bairros da Pratinha, Tapanã, Guamá e Terra Firme para tentar evitar novos ataques a agentes de segurança.
Linha do tempo dos ataques na Grande Belém
2/11 – Sargento da PM Carlos Alberto Castro da Silva. Morto na rua São Francisco, no bairro Novo, no município de Marituba.
3/11 – Militar da Aeronáutica Kevem Wallace Souza de Souza. Morto na passagem Tucunduba I, no bairro do Guamá, em Belém.
5/11 – Sargento reformado da PM Alberto de Souza da Silva. Morto no Conjunto Panorama XXI, no bairro Mangueirão, em Belém.
5/11 – Sargentos da PM Jorge Valente e Alex Santos. Baleados dentro da viatura na passagem Tucunduba, no bairro do Guamá, em Belém. Ambos sobreviveram.
6/11 – Ex-cabo da PM Wesclei Silva Souza. Morto na travessa Alferes Costa, no bairro da Pedreira, em Belém.
7/11 – Cabo da reserva da PM Raimundo Daniel Lopes. Sequestrado, baleado e torturado no bairro do Barreiro, em Belém. Vítima sobreviveu.
10/11 – Sargento Manoel Valdomiro Martins Cardoso. Morto no bairro da Sacramenta, em Belém.
Depois dos crimes, a Secretaria de Segurança Pública disse que reforçou o policiamento nas ruas da Região Metropolitana de Belém.
“Os casos que ocorreram já estão identificados todos os autores. Alguns já foram presos. Outros morreram em confronto e outros continuam foragidos e a polícia continua nas buscas”, disse Uálame Machado, secretário de segurança pública do Pará.
38 agentes baleados em 2024
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado 38 agentes de segurança pública foram baleados no Pará neste ano: 25 morreram e 13 ficaram feridos.
Dos 38 agentes baleados, 32 estavam fora de serviço, eram aposentados ou exonerados no momento do ataque, apontou o Instituto, que passou a monitorar os casos de violência armada em Belém a partir de novembro de 2023.
O g1 solicitou à Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará dados sobre quantos agentes foram baleados ou morreram no mesmo período em 2023 e aguarda retorno.
Em menos de uma semana, vários agentes de segurança são alvo de ataques
O Instituto analisou ainda que a cada três agentes baleados no estado em 2024, dois eram policiais.
Erick Batalha, coordenador Regional do Instituto Fogo Cruzado, explica como funciona a dinâmica de ataques.
“Existe um padrão de ataque, chamado ataque armado sob rodas, quando o atirador chega no veículo, desfere tiros de forma muito rápida, e vai embora muito rápido, com pouca chance de defesa”, afirma.
Na avaliação de André Pereira, especialista em inteligência e segurança pública, os ataques contra os agentes de segurança do Pará podem ser uma reação do crime organizado contra as ações policiais.
“Ao que tudo indica o estado vem realizando algumas ações e para toda ação existe uma reação e, nessa circunstância que algumas facções criminosas estejam insatisfeitas com trabalho que vem sendo feito pelas forças policiais, eles podem revidar com ataques específicos”, disse.
Grande Belém vive crise na segurança pública no mês de novembro.
Cabo Leonardo – Ascom PM
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