Cidades brasileiras registraram diversos casos de violência, incluindo tiroteios, mortes causadas por policiais e atropelamentos por motoristas de carros de luxo. Como ruas foram transformadas em praças de guerra em 2024
Espaços públicos transformados em praças de guerra e cidadãos encurralados: casos de violência se espalharam pelas cidades brasileiras em 2024.
Em novembro, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi palco de uma execução. O empresário Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi fuzilado no local.
No Rio de Janeiro, tiroteios deixaram a população sem ter para onde ir. Em um deles, em outubro, três pessoas foram mortas após um confronto entre policiais e traficantes na Avenida Brasil.
Em dezembro, um policial de folga foi morto na Favela do Quitungo, na Zona Norte. O Globocop flagrou o momento em que os bandidos soltam o carro com o corpo estendido no banco de frente até o veículo bater contra um muro.
No início do ano, dois presos fugiram de um presídio federal de segurança máxima em Mossoró (RN). Foi o primeiro registro de fuga da história do sistema penitenciário federal.
Os presos, condenados por tráfico, assalto e organização criminosa, foram recapturados depois de 50 dias de fugas por cidades das regiões Norte e Nordeste.
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Violência policial
Em São Paulo, abusos da Polícia Militar geraram revolta. Em um intervalo de menos de duas semanas, policiais mataram um estudante com um tiro à queima-roupa em uma abordagem e jogaram um homem do alto de uma ponte.
Em junho, um policial à paisana atirou 11 vezes nas costas de um rapaz que tinha furtado sabão de um mercado. Em dezembro, uma mulher foi agredida por um policial que tentava apreender uma moto com a documentação vencida.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) mudou de opinião sobre o uso de câmeras nas fardas de policiais.
“Eu admito, eu estava errado. Eu me enganei”, afirmou Tarcísio, em dezembro. “Estou absolutamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade, do policial”.
Em Duque de Caxias (RJ), uma família que estava a caminho de uma ceia de Natal foi atacada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A estudante Juliana Leite Rangel, de 26 anos, levou um tiro na cabeça e foi levada para o hospital em estado gravíssimo.
A ação policial aconteceu no mesmo dia em que um decreto federal determinou que policiais só usem armas de fogo como último recurso e nunca contra cidadãos desarmados.
Três agentes foram afastados. Eles reconheceram que atiraram e disseram que, após ouvirem disparos, deduziram que os tiros vinham do carro da família.
Carros de luxo como armas
Em março, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho dirigia um carro esportivo a mais de 100 km/h e causou um acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana. Fernando está preso e será levado a júri popular.
Em julho, um motociclista de 21 anos morreu após uma briga de trânsito. Câmeras de segurança mostraram o momento em que um carro persegue a moto e muda de faixa para atingi-la.
O atropelador, Igor Ferreira Sauceda, disse que o motociclista Pedro Caíque Ventura Figueiredo quebrou o retrovisor do carro dele. O motorista foi preso e autuado por homicídio doloso com dolo eventual por motivo fútil ou torpe.
No mesmo mês, o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta morreu horas depois de se casar no Rio de Janeiro. Ele foi atropelado pelo carro do influenciador Vitor Vieira Belarmino, que fugiu sem prestar socorro.
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Programa de 27/12/2024